Mapeamento sonoro

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Ao longo dos anos o poder público está cada vez mais preocupado com o bem-estar da população. Ações e discussões são realizadas para tentar minimizar e até extinguir alguns males, mas no caso da poluição sonora existente na cidade de São Paulo a solução dependerá de uma série de ações conjuntas. Para propor e discutir estas medidas foi realizada a 1ª Conferência Municipal sobre Ruído, Vibração e Perturbação Sonora de 28 a 30 de abril na Câmara Municipal de São Paulo.

O diretor do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT, Fúlvio Vittorino, foi um dos palestrantes no painel de abertura. O evento foi dividido em quatro painéis: o primeiro teve como tema a tecnologia e discutiu o ‘estado da arte’ no mapeamento do ruído – ferramentas e metodologias para diagnóstico e planejamento da gestão ambiental urbana; o painel 2, a legislação, normas e avanços do licenciamento – evolução e tendências; no painel 3, o tema foi qualidade de vida – bem-estar e a saúde pública; e no painel 4, uma política pública para redução, gestão e controle de ruídos urbanos.

Vittorino ressaltou que existem dados objetivos quantificando o impacto do ruído sob a saúde humana.
Vittorino: mapeamento é fundamental para desenvolver uma política de planejamento considerando a qualidade de vida das pessoas. Crédito foto: Câmara Municipal de São Paulo
Vittorino: mapeamento é fundamental para desenvolver uma política de planejamento considerando a qualidade de vida das pessoas. Crédito foto: Câmara Municipal de São Paulo
Ele apresentou dados da Organização Mundial da Saúde demonstrando o quanto é importante este combate ao ruído, sendo que o mapeamento seria uma ferramenta fundamental como metodologia para o diagnóstico e o planejamento da gestão no combate ao ruído.

A legislação se mostra preocupada com o tema há alguns anos, e o diretor do IPT destacou que na década de 1970 os incêndios nos edifícios Andraus e Joelma determinaram a criação de uma legislação específica de combate a incêndios e, no caso do combate ao ruído, o principal motivador foi a criação da estrutura do Elevado Costa e Silva, conhecido popularmente como ‘Minhocão’, em São Paulo, também na década de 70.

O mapeamento do ruído já foi realizado em cidades brasileiras como Fortaleza (atualizado em 2013) e, na América Latina, em Bogotá (2009), Buenos Aires (2010) e Santiago (2011). Em São Paulo, esse é um desafio pelo tamanho do município. Em 1978 o IPT chegou a realizar um esboço do mapeamento sonoro, que foi repetido em 2010 em menor proporção (as medições ocorreram por 10 minutos, enquanto na primeira análise ela foi feita por 60 minutos em cada ponto), e o que fica perceptível é que o ruído na cidade aumentou desproporcionalmente.

“O mapeamento é fundamental para desenvolver uma política de planejamento considerando a qualidade de vida das pessoas. É uma tarefa possível, que caracteriza as principais fontes sonoras e alimenta softwares de simulação que caracterizam este impacto sonoro. Para desenvolver este mapa será necessário unir esforços entre diversos setores por meio de uma abordagem única, atacando principalmente o que for mais crítico”, afirma Vittorino.

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