As obras de melhoria do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos – Governador André Franco Montoro estão contando com apoio tecnológico do Instituto de Pesquisas Tecnológicas na execução dos pavimentos. Equipes de pesquisadores da Seção de Geotecnia e do Laboratório de Materiais de Construção Civil do IPT estão acompanhando as obras das novas pistas e pátios, das vias de serviço e da revitalização de pistas existentes em um projeto iniciado no primeiro semestre de 2013 e previsto para ser concluído em abril deste ano.
A capacidade atual dos três terminais de passageiros em Guarulhos (TPS1, TPS2 e TPS4) é de aproximadamente 30 milhões de passageiros por ano. Para atender ao aumento da demanda da população brasileira em viagens nacionais e internacionais e dos turistas por conta de eventos esportivos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos em 2016, a concessionária que administra o GRU Airport, nova marca do aeroporto, está construindo um novo terminal de passageiros, o TPS3, o que aumentará a capacidade de movimentação em 12 milhões de pessoas por ano, e ampliando (ou reformando) a infraestrutura existente.
A primeira atividade da equipe da Seção de Geotecnia ocorreu entre os meses de maio a outubro do ano passado com o acompanhamento das obras de terraplenagem e pavimentação asfáltica no pátio remoto de estacionamento de aeronaves, o Pátio L, cuja área de 69 mil metros quadrados tem capacidade para 13 posições de aviões classe E; paralelamente, foi feita a obra de manutenção do trecho central da pista 09L/27R, destinada principalmente às decolagens, e a equipe do IPT acompanhou os serviços executados entre meia-noite e seis da manhã, em função da impossibilidade de bloqueio das instalações nos períodos diurno e noturno.
Esta pista é a maior do aeroporto, com 3,7 quilômetros de comprimento. Obras de fresagem e recapeamento em um trecho de 18 metros na seção central da pavimentação foram feitas e, em seguida, a execução das ranhuras transversais, o chamado grooving. “Um batalhão de diversas equipes, formado por cerca de 150 profissionais e 70 veículos, realizava as operações de fresagem, pintura, lavagem e limpeza em um intervalo máximo de seis horas a cada dia”, explica Rubens Vieira, pesquisador da Seção de Geotecnia do IPT.
Estas alterações são necessárias para manter as exigências previstas na resolução número 236 da Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, que estabelece requisitos de aderência para pistas de pouso e decolagem. O contato pneu-pavimento é essencial nas operações de decolagem e de aterrisagem das aeronaves, e a agência exige o monitoramento de índices como coeficiente de atrito e profundidade da macrotextura.
Vieira explica que a necessidade do controle de atrito é uma das principais diferenças consideradas na formulação das misturas asfálticas destinadas às pistas de aeroportos em comparação às de vias públicas. “O revestimento da pista é fabricado com materiais pétreos retirados de pedreiras, que são britados e dosados, e em seguida esta combinação de agregados é misturada a um cimento asfáltico do petróleo de fórmula mais resistente do que a usual. O pavimento deve dar condições para que os pneus da aeronave tenham boa aderência, e as propriedades superficiais do asfalto são determinadas em avaliações de macro e microtextura”, explica ele. Uma característica das misturas escolhidas para as obras em Guarulhos é a presença de cal na fórmula, uma alternativa de custo mais baixo e menor toxicidade em relação aos tradicionais aditivos químicos dopantes empregados para aumentar a aderência dos agregados ao cimento asfáltico.
A equipe do IPT participa das avaliações das misturas mais adequadas para o uso nas obras de pavimentação. A rotina da operação começa com a preparação da mistura asfáltica, e uma dosagem é executada em laboratório por uma das empresas de controle tecnológico da obra de acordo com as especificações do GRU Airport. “A análise é necessária porque a dosagem em laboratório nem sempre corresponde àquela em campo; é preciso que a mistura a ser aplicada na obra alcance o mesmo desempenho programado durante a especificação do produto”, afirma ele.
Os avaliadores checam especificações relativas à granulometria, ao teor de ligante e à densidade da mistura; caso ela atenda aos requisitos, amostras são enviadas ao Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP, parceiro do IPT no projeto, para a execução de ensaios do comportamento da mistura. Os resultados do relatório indicam se a mistura está adequada ou não para a produção na usina.
Atualmente, a construção do pátio de estacionamento de aeronaves localizado na área do TPS3, o chamado Pátio K, de 94 mil metros quadrados, e as reformas do Pátio J de embarque/desembarque de aeronaves, que atenderá o TPS2 e o TPS3, são as obras em acompanhamento pela equipe técnica da Seção de Geotecnia.
NOVAS ATRIBUIÇÕES – Um novo contrato assinado em novembro de 2013 entre o IPT e a concessionária deu início à prestação de serviços de apoio tecnológico e acompanhamento da execução do controle tecnológico do concreto utilizado na execução do pavimento rígido dos Pátios K e J, desta vez pelo Laboratório de Materiais de Construção Civil. O aumento do escopo do projeto foi necessário em razão de a expertise da Seção de Geotecnia estar ligada à pavimentação asfáltica enquanto a atuação do laboratório está voltada à análise de qualidade de materiais de construção civil, entre eles o concreto de cimento Portland.
A aplicação de materiais asfálticos não é recomendada em áreas destinadas a estacionamento de aeronaves, abastecimento e reparos pela sua falta de compatibilidade com combustíveis e óleos; o querosene usado nas aeronaves, por exemplo, tem elevado poder de solvência.
O escopo do trabalho da nova equipe do IPT, que hoje atende em dois turnos devido ao cronograma da obra, envolve a participação na definição dos traços de concreto de alta resistência (50 MPa de resistência à compressão axial e 5 MPa de resistência à tração na flexão) aplicados no pavimento; a avaliação das características dos materiais constituintes dos concretos; o acompanhamento e a verificação de todo o processo de execução do pavimento rígido, como a aplicação de membrana isolante e impermeável, o posicionamento das armaduras de reforço e das barras de transição/transferência, assim como as etapas envolvidas na produção do concreto aplicado – lançamento, adensamento, acabamento e cura.
“Existem duas usinas de concreto instaladas no canteiro de obras do aeroporto, próximas à área de construção do pátio de aeronaves, ao contrário das usinas de asfalto, que estão localizadas fora do aeroporto”, explica Rafael Francisco Cardoso dos Santos, pesquisador do laboratório.
Os pesquisadores acompanham ainda a análise dos resultados do controle tecnológico do concreto, realizado por laboratório contratado pela construtora, e auxiliam nos procedimentos de correção de problemas ocorridos durante a execução do pavimento no local. “O objetivo do trabalho é auxiliar a construtora e a concessionária quanto à qualidade do pavimento, de modo a garantir o desempenho especificado em projeto e minimizar a possibilidade de aparecimento de patologias durante sua utilização”, completa ele.
A capacidade atual dos três terminais de passageiros em Guarulhos (TPS1, TPS2 e TPS4) é de aproximadamente 30 milhões de passageiros por ano. Para atender ao aumento da demanda da população brasileira em viagens nacionais e internacionais e dos turistas por conta de eventos esportivos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos em 2016, a concessionária que administra o GRU Airport, nova marca do aeroporto, está construindo um novo terminal de passageiros, o TPS3, o que aumentará a capacidade de movimentação em 12 milhões de pessoas por ano, e ampliando (ou reformando) a infraestrutura existente.
A primeira atividade da equipe da Seção de Geotecnia ocorreu entre os meses de maio a outubro do ano passado com o acompanhamento das obras de terraplenagem e pavimentação asfáltica no pátio remoto de estacionamento de aeronaves, o Pátio L, cuja área de 69 mil metros quadrados tem capacidade para 13 posições de aviões classe E; paralelamente, foi feita a obra de manutenção do trecho central da pista 09L/27R, destinada principalmente às decolagens, e a equipe do IPT acompanhou os serviços executados entre meia-noite e seis da manhã, em função da impossibilidade de bloqueio das instalações nos períodos diurno e noturno.
Esta pista é a maior do aeroporto, com 3,7 quilômetros de comprimento. Obras de fresagem e recapeamento em um trecho de 18 metros na seção central da pavimentação foram feitas e, em seguida, a execução das ranhuras transversais, o chamado grooving. “Um batalhão de diversas equipes, formado por cerca de 150 profissionais e 70 veículos, realizava as operações de fresagem, pintura, lavagem e limpeza em um intervalo máximo de seis horas a cada dia”, explica Rubens Vieira, pesquisador da Seção de Geotecnia do IPT.
Estas alterações são necessárias para manter as exigências previstas na resolução número 236 da Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, que estabelece requisitos de aderência para pistas de pouso e decolagem. O contato pneu-pavimento é essencial nas operações de decolagem e de aterrisagem das aeronaves, e a agência exige o monitoramento de índices como coeficiente de atrito e profundidade da macrotextura.
Vieira explica que a necessidade do controle de atrito é uma das principais diferenças consideradas na formulação das misturas asfálticas destinadas às pistas de aeroportos em comparação às de vias públicas. “O revestimento da pista é fabricado com materiais pétreos retirados de pedreiras, que são britados e dosados, e em seguida esta combinação de agregados é misturada a um cimento asfáltico do petróleo de fórmula mais resistente do que a usual. O pavimento deve dar condições para que os pneus da aeronave tenham boa aderência, e as propriedades superficiais do asfalto são determinadas em avaliações de macro e microtextura”, explica ele. Uma característica das misturas escolhidas para as obras em Guarulhos é a presença de cal na fórmula, uma alternativa de custo mais baixo e menor toxicidade em relação aos tradicionais aditivos químicos dopantes empregados para aumentar a aderência dos agregados ao cimento asfáltico.
A equipe do IPT participa das avaliações das misturas mais adequadas para o uso nas obras de pavimentação. A rotina da operação começa com a preparação da mistura asfáltica, e uma dosagem é executada em laboratório por uma das empresas de controle tecnológico da obra de acordo com as especificações do GRU Airport. “A análise é necessária porque a dosagem em laboratório nem sempre corresponde àquela em campo; é preciso que a mistura a ser aplicada na obra alcance o mesmo desempenho programado durante a especificação do produto”, afirma ele.
Os avaliadores checam especificações relativas à granulometria, ao teor de ligante e à densidade da mistura; caso ela atenda aos requisitos, amostras são enviadas ao Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP, parceiro do IPT no projeto, para a execução de ensaios do comportamento da mistura. Os resultados do relatório indicam se a mistura está adequada ou não para a produção na usina.
Atualmente, a construção do pátio de estacionamento de aeronaves localizado na área do TPS3, o chamado Pátio K, de 94 mil metros quadrados, e as reformas do Pátio J de embarque/desembarque de aeronaves, que atenderá o TPS2 e o TPS3, são as obras em acompanhamento pela equipe técnica da Seção de Geotecnia.
NOVAS ATRIBUIÇÕES – Um novo contrato assinado em novembro de 2013 entre o IPT e a concessionária deu início à prestação de serviços de apoio tecnológico e acompanhamento da execução do controle tecnológico do concreto utilizado na execução do pavimento rígido dos Pátios K e J, desta vez pelo Laboratório de Materiais de Construção Civil. O aumento do escopo do projeto foi necessário em razão de a expertise da Seção de Geotecnia estar ligada à pavimentação asfáltica enquanto a atuação do laboratório está voltada à análise de qualidade de materiais de construção civil, entre eles o concreto de cimento Portland.
A aplicação de materiais asfálticos não é recomendada em áreas destinadas a estacionamento de aeronaves, abastecimento e reparos pela sua falta de compatibilidade com combustíveis e óleos; o querosene usado nas aeronaves, por exemplo, tem elevado poder de solvência.
O escopo do trabalho da nova equipe do IPT, que hoje atende em dois turnos devido ao cronograma da obra, envolve a participação na definição dos traços de concreto de alta resistência (50 MPa de resistência à compressão axial e 5 MPa de resistência à tração na flexão) aplicados no pavimento; a avaliação das características dos materiais constituintes dos concretos; o acompanhamento e a verificação de todo o processo de execução do pavimento rígido, como a aplicação de membrana isolante e impermeável, o posicionamento das armaduras de reforço e das barras de transição/transferência, assim como as etapas envolvidas na produção do concreto aplicado – lançamento, adensamento, acabamento e cura.
“Existem duas usinas de concreto instaladas no canteiro de obras do aeroporto, próximas à área de construção do pátio de aeronaves, ao contrário das usinas de asfalto, que estão localizadas fora do aeroporto”, explica Rafael Francisco Cardoso dos Santos, pesquisador do laboratório.
Os pesquisadores acompanham ainda a análise dos resultados do controle tecnológico do concreto, realizado por laboratório contratado pela construtora, e auxiliam nos procedimentos de correção de problemas ocorridos durante a execução do pavimento no local. “O objetivo do trabalho é auxiliar a construtora e a concessionária quanto à qualidade do pavimento, de modo a garantir o desempenho especificado em projeto e minimizar a possibilidade de aparecimento de patologias durante sua utilização”, completa ele.