Segurança contra incêndio

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A segurança contra incêndio em edificações depende de um conjunto de iniciativas de prevenção e proteção, concebido a partir de uma abordagem sistêmica. Entre as medidas a serem adotadas em edificações de grande porte, destacam-se os sistemas de detecção e alarme de incêndio. A confiabilidade desses sistemas depende de três fatores essenciais – projeto, instalação e manutenção – que quando executados com excelência técnica têm um papel fundamental para minimizar os riscos à vida e ao patrimônio caso surja um incêndio.

Detector de fumaça: ensaio realizado em laboratório verifica o nível de sensibilidade desse equipamento
Detector de fumaça: ensaio realizado em laboratório verifica o nível de sensibilidade desse equipamento
“Cumprindo os requisitos técnicos, com os ensaios de aprovação necessários para verificar o bom funcionamento, esses sistemas são muito eficientes”, afirma Antonio Fernando Berto, pesquisador do Laboratório de Segurança ao Fogo (LSF), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O laboratório é vinculado ao Centro Tecnológico do Ambiente Construído (CETAC), que também avalia o desempenho de sistemas e componentes aplicados na indústria de construção.

Segundo Berto, os sistemas de detecção e alarme de incêndio e seus componentes devem atender à norma brasileira ABNT 17240 e à série ABNT NBR ISO 7240, que tratam de requisitos para projetos e instalação, e das especificações de seus componentes. Essas normas também são referências para os serviços prestados pelo LSF.

No caso dos sistemas já existentes, em uma ação de manutenção preventiva são verificadas variáveis como os processos corrosivos em componentes, entre períodos definidos pelo tipo de uso da edificação. Por exemplo, em uma indústria têxtil é preciso fazer essa verificação a cada três meses; já se a área em questão é um escritório, o intervalo estende-se a até dois anos. Nesse procedimento, depois que os detectores são limpos, a sensibilidade é verificada, descartando-se aqueles componentes que não têm plena condição de funcionamento.

Os sistemas de detecção de fumaça são importantes porque reconhecem os primeiros indícios de um incêndio, ainda na fase de pirólise – quando os materiais estão em processo de aquecimento para se transformar em chamas abertas. Detectando a ocorrência no princípio, é possível intervir rapidamente para controlar o incêndio e promover, caso necessário, o abandono seguro da edificação.

“A detecção pode ser o coração de um sistema de segurança contra incêndio”, afirma o consultor do LSF Wolfgang Leopold Bauer, para quem “ainda devemos avançar bastante em termos de conhecimento dessa área no Brasil”. O sistema de detecção pode comandar automaticamente diversos controles prediais e limitar a propagação do fogo e da fumaça, desligando os ventiladores do sistema de condicionamento de ar e comandando o fechamento de dampers corta-fogo, instalados nos dutos de ventilação, ou ainda pode acionar o Corpo de Bombeiros. “O potencial de controles desse sistema ainda é pouco explorado”, afirma Bauer, “e na maioria dos casos os projetos e instalações preocupam-se apenas em cumprir a lei”.

No momento, não existe certificação no Brasil para os componentes desses sistemas. “O que há é uma mobilização para impulsionar a certificação”, afirma o pesquisador Berto, referindo-se a um grupo de trabalho criado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) para promover junto ao Inmetro o processo de certificação desses sistemas. O IPT está apoiando essa iniciativa e planeja promover em 2013 a realização de um seminário sobre o tema.

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