Pesquisadores do Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental (Labgeo) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) estão realizando um estudo sobre as ocorrências de gás de folhelho (shale gas) em duas bacias geológicas no Estado de São Paulo, que até março de 2013 fornecerá à Secretaria Estadual de Energia, a contratante do projeto, por meio da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), indicações sobre o possível potencial exploratório desses recursos.
O gás de folhelho, encontrado em áreas de permeabilidade relativa e também chamado de “gás de xisto”, é um dos três tipos de gases não-convencionais cuja ocorrência não está associada a bolsões de gás armazenados a partir das camadas de petróleo. Estas produzem o gás fóssil convencional, encontrado na plataforma continental e outras regiões do País. Os demais gases não-convencionais são o confinado (tight gas), com ocorrência em rochas impermeáveis ou de baixa permeabilidade, e o metano associado a camadas de carvão.
Segundo a pesquisadora do Labgeo e coordenadora do projeto Vilma Alves Campanha é incorreto chamar o gás de folhelho de gás de xisto: “O xisto é uma rocha metamórfica que sofreu grandes transformações geológicas, não possibilitando a geração de gás; o folhelho, por sua vez, é uma rocha sedimentar com grande quantidade de matéria orgânica que dá origem ao gás”.
O estudo do IPT é focado nas bacias sedimentares do Paraná e de Taubaté no território paulista e está sendo feito com base em dados conhecidos para a pesquisa geológica e de hidrocarbonetos, vários deles gerados pelo próprio IPT. “O estudo é apoiado especialmente em fontes secundárias”, afirma o pesquisador Omar Yazbek Bitar, que participa do projeto, esclarecendo que somente depois desse trabalho é que serão feitos ou não projetos específicos que eventualmente contemplem novos levantamentos de campo. “Há várias ocorrências de folhelho; mas é necessário saber se podem conter gás suficiente para o aproveitamento em face de tecnologias extrativas recentemente desenvolvidas no exterior e quais seriam as consequências ao ambiente”, diz. Essas tecnologias combinam a perfuração direcional com o fraturamento hidráulico do folhelho presente no subsolo, liberando o gás gerado.
O objetivo geral do estudo realizado pelo IPT é analisar e sintetizar, em nível de pré-viabilidade técnica, econômica e ambiental, as perspectivas e os desafios para a eventual exploração do possível shale gas, em território paulista e, em caso afirmativo, obter informações para subsidiar a formulação de políticas setoriais.
Quanto aos objetivos específicos, o estudo visa: avaliar as ocorrências de folhelhos betuminosos em superfície e subsolo no Estado de São Paulo e apresentá-las cartograficamente, de forma digital, em escala regional; contribuir na avaliação econômica e de possível adequação das técnicas extrativas utilizadas internacionalmente na extração do shale gas, aplicadas às condições geológicas das jazidas paulistas; e abordar temas referentes aos aspectos e impactos ambientais envolvidos, bem como discutir necessidades de regulamentação do processo de extração com base em dados internacionais. A preocupação dos pesquisadores no atual estudo é contemplar, portanto, subsídios para três questões básicas, envolvendo geologia, extração e ambiente.
“Pretendemos identificar os impactos prováveis tendo em vista nossa realidade ambiental e a possível interação com os aquíferos existentes, conforme indicam experiências de outros países”, afirma Omar. “A lama utilizada na perfuração também preocupa, pois contém produtos químicos perigosos, o que requer o devido equacionamento”, diz. A proteção das águas subterrâneas e a destinação adequada da lama de perfuração devem, portanto, entrar na conta da viabilidade. A interface com as políticas de resíduos sólidos e de recursos hídricos também devem ser consideradas.
Não existe ainda nenhum poço em operação plena no Brasil, mas algumas estimativas apontam que o País parece representar a segunda reserva mundial de folhelhos, podendo ser o segundo produtor desse gás nas Américas. Há notícias de que as técnicas de fraturamento hidráulico (fracking, em inglês) serão em breve testadas nos Estados de Minas Gerais e na Bahia e acompanhadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), com vistas à prevenção de eventuais danos ambientais levantados no cenário internacional.
O gás de folhelho, encontrado em áreas de permeabilidade relativa e também chamado de “gás de xisto”, é um dos três tipos de gases não-convencionais cuja ocorrência não está associada a bolsões de gás armazenados a partir das camadas de petróleo. Estas produzem o gás fóssil convencional, encontrado na plataforma continental e outras regiões do País. Os demais gases não-convencionais são o confinado (tight gas), com ocorrência em rochas impermeáveis ou de baixa permeabilidade, e o metano associado a camadas de carvão.
Segundo a pesquisadora do Labgeo e coordenadora do projeto Vilma Alves Campanha é incorreto chamar o gás de folhelho de gás de xisto: “O xisto é uma rocha metamórfica que sofreu grandes transformações geológicas, não possibilitando a geração de gás; o folhelho, por sua vez, é uma rocha sedimentar com grande quantidade de matéria orgânica que dá origem ao gás”.
O estudo do IPT é focado nas bacias sedimentares do Paraná e de Taubaté no território paulista e está sendo feito com base em dados conhecidos para a pesquisa geológica e de hidrocarbonetos, vários deles gerados pelo próprio IPT. “O estudo é apoiado especialmente em fontes secundárias”, afirma o pesquisador Omar Yazbek Bitar, que participa do projeto, esclarecendo que somente depois desse trabalho é que serão feitos ou não projetos específicos que eventualmente contemplem novos levantamentos de campo. “Há várias ocorrências de folhelho; mas é necessário saber se podem conter gás suficiente para o aproveitamento em face de tecnologias extrativas recentemente desenvolvidas no exterior e quais seriam as consequências ao ambiente”, diz. Essas tecnologias combinam a perfuração direcional com o fraturamento hidráulico do folhelho presente no subsolo, liberando o gás gerado.
O objetivo geral do estudo realizado pelo IPT é analisar e sintetizar, em nível de pré-viabilidade técnica, econômica e ambiental, as perspectivas e os desafios para a eventual exploração do possível shale gas, em território paulista e, em caso afirmativo, obter informações para subsidiar a formulação de políticas setoriais.
Quanto aos objetivos específicos, o estudo visa: avaliar as ocorrências de folhelhos betuminosos em superfície e subsolo no Estado de São Paulo e apresentá-las cartograficamente, de forma digital, em escala regional; contribuir na avaliação econômica e de possível adequação das técnicas extrativas utilizadas internacionalmente na extração do shale gas, aplicadas às condições geológicas das jazidas paulistas; e abordar temas referentes aos aspectos e impactos ambientais envolvidos, bem como discutir necessidades de regulamentação do processo de extração com base em dados internacionais. A preocupação dos pesquisadores no atual estudo é contemplar, portanto, subsídios para três questões básicas, envolvendo geologia, extração e ambiente.
“Pretendemos identificar os impactos prováveis tendo em vista nossa realidade ambiental e a possível interação com os aquíferos existentes, conforme indicam experiências de outros países”, afirma Omar. “A lama utilizada na perfuração também preocupa, pois contém produtos químicos perigosos, o que requer o devido equacionamento”, diz. A proteção das águas subterrâneas e a destinação adequada da lama de perfuração devem, portanto, entrar na conta da viabilidade. A interface com as políticas de resíduos sólidos e de recursos hídricos também devem ser consideradas.
Não existe ainda nenhum poço em operação plena no Brasil, mas algumas estimativas apontam que o País parece representar a segunda reserva mundial de folhelhos, podendo ser o segundo produtor desse gás nas Américas. Há notícias de que as técnicas de fraturamento hidráulico (fracking, em inglês) serão em breve testadas nos Estados de Minas Gerais e na Bahia e acompanhadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), com vistas à prevenção de eventuais danos ambientais levantados no cenário internacional.