Será realizada no dia 12 de novembro uma cerimônia para oficializar a doação de oito livros sobre tecnologia siderúrgica, impressos na Suécia por volta de 1800, para a Biblioteca de Livros Raros da Escola Politécnica da USP. O evento será realizado às 14h no anfiteatro do Departamento de Metalurgia e Materiais da Poli.
Volumes doados à Escola Politécnica tratam de tecnologia siderúrgica e foram impressos na Suécia no século 19
Esses títulos faziam parte de uma biblioteca trazida para o Brasil em 1810 pelo empresário Carl Gustav Hedberg, dentro do plano do governo D. João VI de construir três siderúrgicas no Brasil, dentre as quais a Fábrica de Ferro de Ipanema, que se localizava em Sorocaba e onde até hoje suas ruínas podem ser visitadas.
Os livros foram endereçados ao diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Fernando Landgraf, pelo engenheiro sueco Sven-Gunnar Sporback, zelador das ruínas do Alto-Forno de Hagelsrum, Suécia, empreendimento dirigido por Hedberg entre 1790 e 1809. O evento contará com a presença do Magnus Robach, embaixador da Suécia no Brasil.
Durante o evento, haverá palestra sobre as relações entre a “biblioteca perdida” de Ipanema e a memória escrita por José Bonifácio de Andrada e Silva, documento que pode ser considerado a certidão de nascimento da tecnologia no País, em sua moderna acepção.
HISTÓRIA – A Fábrica de ferro de Ipanema é uma bem documentada tentativa de implantação de altos-fornos para produzir ferro e aço no Brasil. Ao longo das décadas entre 1780 e 1810, a Coroa portuguesa tomou a iniciativa de elaborar um plano siderúrgico e encaminhar as diretivas para a implantação da siderurgia moderna nos domínios peninsular e ultramarino. A fábrica, ao pé do morro de Araçoiaba, a 17 quilômetros de Sorocaba (SP), foi um dos empreendimentos resultantes dessa iniciativa.
