Choque térmico

Compartilhe:
O Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos (LCSC), ligado ao Centro Tecnológico do Ambiente Construído (Cetac), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), está ampliando sua capacitação para realizar ensaios de choque térmico em paredes, permitindo a avaliação de desempenho do componente construtivo em função também da variação de umidade, que é outro importante agente atmosférico.

Para verificar a resistência à ação de calor e o efeito de choques térmicos, os pesquisadores do laboratório estão desenvolvendo um painel radiante com nova tecnologia, que adota resistências de quartzo e sensores eletrônicos, no lugar das tradicionais lâmpadas do equipamento. “Esse novo sistema é importante porque o quartzo não tem inércia térmica, o que significa que o ensaio será mais preciso”, afirma o pesquisador João Heitzmann Fontenelle, do LCSC.

Parede passa por ensaio que aplica dez ciclos de aquecimento a 80 graus centígrados, seguidos por resfriamento
Parede passa por ensaio que aplica dez ciclos de aquecimento a 80 graus centígrados, seguidos por resfriamento
Anteriormente, o ensaio era limitado à avaliação de painéis de 1,20 metro de largura com altura máxima equivalente ao pé-direito, e agora a largura máxima está sendo ampliada para 2,40 metros, permitindo a avaliação das juntas entre os painéis. O ensaio é feito com confinamento das laterais para que possa ser simulada uma parede contínua.

“Queremos avaliar o desempenho desses sistemas, em especial os que têm juntas e são compostos por mais de um material, como concreto e cerâmica, concreto e EPS, entre outros”, diz Julio Cesar Sabadini de Souza, também pesquisador do laboratório.

O ensaio aplica ciclos de aquecimento e resfriamento, provocando uma movimentação térmica que permite avaliar o comportamento e a ocorrência de fissuras quando o desempenho é baixo. Durante o ensaio, o painel é aquecido até a temperatura de 80 graus centígrados, o que reproduz a situação real em um dia de verão. Depois de uma hora nessa temperatura, é aplicado um jato d’água, simulando chuva. São realizados dez ciclos de aquecimento e resfriamento.

O desenvolvimento do teste vem sendo feito de acordo com a norma NBR 15.575, que trata de parâmetros de desempenho geral de edifícios. A norma também traz a sistemática de avaliação de desempenho das paredes. Segundo Souza, o projetista deve especificar o desempenho para que se possa avaliar o que está sendo colocado no mercado pelo fabricante. “O usuário terá condições de exigir um desempenho adequado”, afirma Souza.

A norma traz requisitos e critérios de desempenho térmico, estrutural, acústico, de estanqueidade à água e durabilidade, que permitem estabelecer o que o usuário deseja da habitação que ele está comprando. “Tentamos traduzir o que o usuário quer em uma linguagem mais técnica”, diz Souza.

Diversos sistemas construtivos são analisados, sobretudo os sistemas inovadores que integram o Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (SiNAT), do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), ligado ao Ministério das Cidades. A análise é necessária para que o sistema construtivo em questão possa integrar os programas oficiais de financiamento habitacional, como o ‘Minha Casa, Minha Vida’, do governo federal.

INSCREVA-se em nossa newsletter

Receba nossas novidades em seu e-mail.

SUBSCRIBE to our newsletter

Receive our news in your email.

Pular para o conteúdo