Conhecimento acumulado

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As experiências internacionais com projetos de gaseificação, apresentadas durante a parte da tarde do Simpósio de Gaseificação de Biomassa, realizado nesta segunda-feira, 17 de setembro, na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), proporcionaram um panorama dos desafios que serão enfrentados para consolidar o projeto do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de construir uma planta piloto de gaseificação de bagaço e palha de cana-de-açúcar no Parque Tecnológico de Piracicaba.

“O balanço de massas é o mais difícil, isso levou seis anos para nós”, afirmou Robert Pardemann, especialista em engenharia de processos da Universidade Técnica de Freiberg (Alemanha). ‘Balanço de massas’ é o estudo dos equipamentos e instalações que serão usados na planta de gaseificação, e deve ser feito paralelamente a um balanço energético e a um estudo de avaliação de impactos ambientais. “Um dos maiores esforços foi também descobrir como simular condições relevantes na escala laboratorial para suprir de informações os modelos computacionais”, disse o pesquisador, que em sua apresentação montou um panorama dos diferentes processos que existem atualmente para viabilizar a gaseificação.

Lars Waldheim, engenheiro e consultor, com mais de 30 anos de experiência em sistemas de gaseificação na Suécia, disse que a planta piloto é importante para “dar uma ideia de como o processo vai funcionar em uma escala maior”. Outro desafio, segundo Waldheim, está em “identificar o processo para a produção de combustíveis de diferentes tipos”. Waldheim também considerou que é difícil passar de uma escala para outra sem a planta piloto. “Essa fase representa a metade do caminho”, opinou.

A experiência com a gaseificação do carvão também foi enfocada no simpósio, com a apresentação de David Harris, que representou a CSIRO Energy Technology, instituto de pesquisa na Austrália, com 6,5 mil profissionais, que participa de um programa de gaseificação apoiado pelo governo. “Eficiência para nós é o que importa e estamos com esse trabalho tentando reduzir as emissões de dióxido de carbono [CO2]”, afirmou Harris, destacando que um aspecto importante da tecnologia é difundir para a população os seus benefícios, já que a gaseificação é um processo pouco conhecido do público. “É preciso melhorar o entendimento da população sobre essa indústria”, afirmou.

Outra experiência com gaseificação de carvão foi apresentada por Rikard Gebart, professor da Luleå University of Technology, na Suécia, que tem pesquisado a obtenção de combustíveis de biomassa relacionada com a indústria do papel, que é forte em seu país. A Suécia, aliás, mantém um diferencial de maior participação de energias renováveis em sua matriz energética, como o Brasil. “Cerca de 25% da energia é gerada com biomassa, com base em carvão e coque”, disse Gebart, destacando que os programas de energia renovável contam com forte apoio do governo sueco. Gebart também afirmou que é feito um trabalho de gaseificação com ‘liquor negro’ (também conhecido como ‘lixívia negra’), que é um subproduto da fabricação do papel. Nesse caso, o gaseificador tem capacidade de geração de 3 MW (megawatts) e foi desenvolvido entre 2001 e 2010, por meio de um programa de pesquisa.

Para saber mais sobre o evento e as perspectivas brasileiras, incluindo o projeto de gaseificação de biomassa do IPT, clique aqui.

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