Uma série de ensaios sobre esforços de vento em uma maquete da futura Arena Pantanal de Cuiabá, uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e palco de quatro jogos, está em execução no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Os testes estão sendo realizados no túnel de vento do Centro de Metrologia de Fluidos para o fornecimento dos coeficientes de pressão que darão maior confiabilidade aos projetistas no pré-projeto das quatro coberturas independentes e dos sistemas de fechamentos (fachadas) em membranas tensionadas.
As obras de construção da Arena Pantanal tiveram início em abril de 2010 para substituir o Estádio José Fragelli, o Verdão, que foi demolido. Para atender às exigências da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), o projeto desenvolvido pela GCP Arquitetos terá uma área construída de 50 mil metros quadrados e capacidade para 43 mil espectadores durante a Copa, em quatro módulos de arquibancadas independentes – duas delas estão sendo construídas em concreto pré-moldado, e outras duas (localizadas atrás dos travessões, nos setores norte e sul) em estruturas metálicas aparafusadas para desmontagem e redução de 30% da capacidade após o termino do mundial, transformando o estádio em um espaço multiuso.
Para a execução dos ensaios, os pesquisadores simularam primeiramente as características do vento do bairro Verdão, no qual o estádio está localizado. Os testes são referenciados em função da norma NBR 6123, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estipula as condições exigíveis na consideração das forças devidas à ação estática e dinâmica do vento, para efeitos do cálculo de edificações. A rugosidade do terreno é classificada em cinco classes pela norma, e o terreno de construção do estádio está na categoria III, que tem como características a presença de terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como muros, poucas árvores, edificações baixas e esparsas, e uma cota média do topo dos obstáculos de três metros.
Além da representação do relevo da região em que o estádio está sendo construído, foi necessária também a inclusão nos ensaios de uma maquete do Ginásio Aecim Tocantins, que está localizado no entorno da Arena Pantanal. A inclusão do centro poliesportivo com capacidade para 11 mil espectadores foi necessária para estudar a sua influência nos ventos que irão incidir no estádio, explica Gilder Nader, pesquisador responsável pelos ensaios no IPT: “Quando existe uma construção muito próxima à obra em estudo, ela pode diminuir o carregamento do vento e atuar de maneira favorável à edificação, mas há casos em que a localização e a forma da construção pioram o carregamento de vento”.
[vid=101,chapeu=Arena Pantanal – Bom Dia Brasil – 26 de julho,breve_descricao=]Com a confirmação dos resultados, a equipe do túnel de vento partiu para a instalação de 308 tomadas de pressão na maquete do estádio com as quatro arquibancadas montadas. Enquanto os ensaios do Castelão de Fortaleza no ano passado ficaram concentrados na obtenção dos coeficientes de pressão na região da cobertura, os testes na Arena Pantanal irão também medir os carregamentos de ventos nos sistemas de fechamento construídos em tensoestrutura, tecnologia que está sendo adotada na construção e reforma de diversos estádios brasileiros. Também conhecidas como estruturas tensionadas ou têxteis por utilizarem tecidos técnicos em sua composição, as membranas do tipo lona empregam materiais leves e trazem vantagens como redução de custos em iluminação e ventilação.
Coberturas e fachadas serão ensaiadas em uma maquete na escala 1:200, o que é possível em razão das dimensões da seção de teste do túnel de vento do IPT, que possui três metros de largura e dois metros de altura. Testes realizados em maquetes maiores, explica Nader, permitem reduzir os efeitos de escala nos resultados e trazem informações mais precisas da ação do vento na estrutura.
PROJETO PREMIADO – Em novembro de 2010, a Arena Pantanal recebeu o prêmio na subcategoria ‘Empreendimentos Públicos’ do Americas Property Awards, exclusiva para projetos feitos nas três Américas, dentro do International Property Awards, uma premiação realizada em Londres da qual participam projetos residenciais e comerciais de todo o mundo. “A escolha do estádio foi motivada, em minha opinião, pelo fato de ele funcionar como um revitalizador de uma área da cidade”, explica Sergio Coelho, sócio-fundador da GCP Arquitetos. “Estamos vendo hoje em Cuiabá uma valorização da área de entorno da Arena Pantanal, que têm baixa densidade e está próxima ao centro da cidade, com o lançamento de empreendimentos residenciais, em uma área que contará com espaço para prática de esportes e realização de eventos e continuará funcionando após os jogos da Copa”. Sete meses antes, em abril de 2010, o estádio havia sido o vencedor na categoria ‘Melhor Projeto de Arquitetura Corporativa’ do VII Grande Prêmio de Arquitetura, um dos principais da América Latina.
A flexibilidade de desenho de capacidade aproxima o projeto da Arena Pantanal do Estádio Olímpico de Londres, cuja capacidade diminuirá de 80 mil para 25 mil lugares após a realização dos Jogos em julho/agosto, e a adequação às condições climáticas – no caso de Cuiabá, o clima é o tropical úmido local com temperatura média de 25ºC, e temperatura máxima média de 35ºC nos meses mais quentes. Para oferecer uma melhor sensação térmica aos torcedores, o estádio está sendo projetado com a adoção da ventilação cruzada, conceito usado em arquitetura para definir entrada e saída diferentes dos ventos em um ambiente, o que propicia a redução no uso de equipamentos como ar-condicionado e ventiladores e consequentemente dos custos de energia. O projeto está também adotando uma série de medidas para atender à certificação de sustentabilidade ambiental Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).
Para a execução do estádio, os arquitetos contaram com o auxílio de consultorias nacionais no projeto das estruturas metálicas e internacionais na conceituação do projeto do fechamento em tensoestrutura – estas ações, segundo Coelho, trouxeram contribuições importantes em questões como soluções de desmontagem e cargas dinâmicas: “Os estádios do Brasil são de outra geração. Para a arquitetura e a engenharia brasileira na área de esportes, a Copa do Mundo será um divisor de água porque soluções anteriormente vistas somente em livros ou em empreendimentos no exterior estarão presentes no País, da mesma forma que recursos como o túnel de vento, uma novidade para muita gente a qual nem tínhamos acesso”, completa ele.
As obras de construção da Arena Pantanal tiveram início em abril de 2010 para substituir o Estádio José Fragelli, o Verdão, que foi demolido. Para atender às exigências da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), o projeto desenvolvido pela GCP Arquitetos terá uma área construída de 50 mil metros quadrados e capacidade para 43 mil espectadores durante a Copa, em quatro módulos de arquibancadas independentes – duas delas estão sendo construídas em concreto pré-moldado, e outras duas (localizadas atrás dos travessões, nos setores norte e sul) em estruturas metálicas aparafusadas para desmontagem e redução de 30% da capacidade após o termino do mundial, transformando o estádio em um espaço multiuso.
Para a execução dos ensaios, os pesquisadores simularam primeiramente as características do vento do bairro Verdão, no qual o estádio está localizado. Os testes são referenciados em função da norma NBR 6123, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estipula as condições exigíveis na consideração das forças devidas à ação estática e dinâmica do vento, para efeitos do cálculo de edificações. A rugosidade do terreno é classificada em cinco classes pela norma, e o terreno de construção do estádio está na categoria III, que tem como características a presença de terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como muros, poucas árvores, edificações baixas e esparsas, e uma cota média do topo dos obstáculos de três metros.
Além da representação do relevo da região em que o estádio está sendo construído, foi necessária também a inclusão nos ensaios de uma maquete do Ginásio Aecim Tocantins, que está localizado no entorno da Arena Pantanal. A inclusão do centro poliesportivo com capacidade para 11 mil espectadores foi necessária para estudar a sua influência nos ventos que irão incidir no estádio, explica Gilder Nader, pesquisador responsável pelos ensaios no IPT: “Quando existe uma construção muito próxima à obra em estudo, ela pode diminuir o carregamento do vento e atuar de maneira favorável à edificação, mas há casos em que a localização e a forma da construção pioram o carregamento de vento”.
[vid=101,chapeu=Arena Pantanal – Bom Dia Brasil – 26 de julho,breve_descricao=]Com a confirmação dos resultados, a equipe do túnel de vento partiu para a instalação de 308 tomadas de pressão na maquete do estádio com as quatro arquibancadas montadas. Enquanto os ensaios do Castelão de Fortaleza no ano passado ficaram concentrados na obtenção dos coeficientes de pressão na região da cobertura, os testes na Arena Pantanal irão também medir os carregamentos de ventos nos sistemas de fechamento construídos em tensoestrutura, tecnologia que está sendo adotada na construção e reforma de diversos estádios brasileiros. Também conhecidas como estruturas tensionadas ou têxteis por utilizarem tecidos técnicos em sua composição, as membranas do tipo lona empregam materiais leves e trazem vantagens como redução de custos em iluminação e ventilação.
Coberturas e fachadas serão ensaiadas em uma maquete na escala 1:200, o que é possível em razão das dimensões da seção de teste do túnel de vento do IPT, que possui três metros de largura e dois metros de altura. Testes realizados em maquetes maiores, explica Nader, permitem reduzir os efeitos de escala nos resultados e trazem informações mais precisas da ação do vento na estrutura.
PROJETO PREMIADO – Em novembro de 2010, a Arena Pantanal recebeu o prêmio na subcategoria ‘Empreendimentos Públicos’ do Americas Property Awards, exclusiva para projetos feitos nas três Américas, dentro do International Property Awards, uma premiação realizada em Londres da qual participam projetos residenciais e comerciais de todo o mundo. “A escolha do estádio foi motivada, em minha opinião, pelo fato de ele funcionar como um revitalizador de uma área da cidade”, explica Sergio Coelho, sócio-fundador da GCP Arquitetos. “Estamos vendo hoje em Cuiabá uma valorização da área de entorno da Arena Pantanal, que têm baixa densidade e está próxima ao centro da cidade, com o lançamento de empreendimentos residenciais, em uma área que contará com espaço para prática de esportes e realização de eventos e continuará funcionando após os jogos da Copa”. Sete meses antes, em abril de 2010, o estádio havia sido o vencedor na categoria ‘Melhor Projeto de Arquitetura Corporativa’ do VII Grande Prêmio de Arquitetura, um dos principais da América Latina.
A flexibilidade de desenho de capacidade aproxima o projeto da Arena Pantanal do Estádio Olímpico de Londres, cuja capacidade diminuirá de 80 mil para 25 mil lugares após a realização dos Jogos em julho/agosto, e a adequação às condições climáticas – no caso de Cuiabá, o clima é o tropical úmido local com temperatura média de 25ºC, e temperatura máxima média de 35ºC nos meses mais quentes. Para oferecer uma melhor sensação térmica aos torcedores, o estádio está sendo projetado com a adoção da ventilação cruzada, conceito usado em arquitetura para definir entrada e saída diferentes dos ventos em um ambiente, o que propicia a redução no uso de equipamentos como ar-condicionado e ventiladores e consequentemente dos custos de energia. O projeto está também adotando uma série de medidas para atender à certificação de sustentabilidade ambiental Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).
Para a execução do estádio, os arquitetos contaram com o auxílio de consultorias nacionais no projeto das estruturas metálicas e internacionais na conceituação do projeto do fechamento em tensoestrutura – estas ações, segundo Coelho, trouxeram contribuições importantes em questões como soluções de desmontagem e cargas dinâmicas: “Os estádios do Brasil são de outra geração. Para a arquitetura e a engenharia brasileira na área de esportes, a Copa do Mundo será um divisor de água porque soluções anteriormente vistas somente em livros ou em empreendimentos no exterior estarão presentes no País, da mesma forma que recursos como o túnel de vento, uma novidade para muita gente a qual nem tínhamos acesso”, completa ele.