Corrosão em combustíveis

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O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está desenvolvendo uma série de estudos para analisar as causas da corrosão nos sistemas de transferência de petróleo, derivados de petróleo e biocombustíveis, que incluem tanques terrestres e de navios, dutos, estruturas e equipamentos. O contrato firmado com a Petrobras tem duração de cinco anos e envolve recursos de R$ 10 milhões para diferentes frentes de estudo, como novas tecnologias de proteção anticorrosiva, corrosividade dos combustíveis e do solo e corrosão por descargas atmosféricas.

Grande parte dos componentes usados nos sistemas de transferência é fabricada em materiais metálicos, que ficam sujeitos à diversidade tanto dos produtos transportados como do meio ambiente (água, ar e solo) a que são expostos. É possível encontrar, com facilidade, estudos de corrosão envolvendo petróleo e seus derivados, uma vez que eles desencadearam esforços em diversos países para o conhecimento de sua corrosividade e de métodos de proteção.
Projeto engloba diversas frentes de estudo, como novas tecnologias de proteção anticorrosiva e corrosão por descargas atmosféricas
Projeto engloba diversas frentes de estudo, como novas tecnologias de proteção anticorrosiva e corrosão por descargas atmosféricas
No entanto, a literatura disponível sobre biocombustíveis é escassa. Segundo a responsável pelo projeto e pelo Laboratório de Corrosão e Proteção (LCP) do IPT, Zehbour Panossian, os motivos são a sua recente aplicação, a ampla diversidade das características físico-químicas e a grande variedade de fontes e processos produtivos.

“Os combustíveis convencionais não se misturam com a água, o que facilita tanto a separação quanto a execução de ensaios; no caso do etanol, a água se mistura a ele de maneira homogênea. Por este motivo, e como o etanol é pouco corrosivo, o estudo exige a realização de ensaios de maior duração para a obtenção de resultados comprobatórios”, afirma Zehbour.

A ideia é analisar etanóis provenientes de várias fontes e origens, como cana-de-açúcar e milho, para compilar dados de uma maior diversidade de produtos. Para alcançar este objetivo, foram criadas várias frentes de trabalho com estudos paralelos, que incluem ensaios eletroquímicos, de corrosão sob tensão, de envelhecimento, de imersão, avaliação da influência de gases de inertização na corrosividade e na manutenção das características (propriedades físicas e químicas) e análises físico-químicas para identificar as causas da variabilidade do etanol. Visitas a usinas estão também programadas para que os pesquisadores conheçam o processo produtivo.

“O petróleo, seus derivados e os biocombustíveis apresentam propriedades químicas e físicas muito diferentes entre si, sendo o estudo da sua corrosividade um desafio que está sendo enfrentado no projeto”, explica Anna Ramus Moreira, pesquisadora do LCP. As medidas preventivas normalmente adotadas são genéricas, e isso pode levar a que sejam superdimensionadas ou subdimensionadas dependendo das características de cada produto. Adicionalmente, está surgindo uma ampla gama de soluções de proteção anticorrosiva desenvolvidas nos países temperados. “Estas tecnologias são, muitas vezes, adotadas no Brasil sem que se tenha estudado a adequação para as nossas condições climáticas, as quais são muito diferentes de outros países”, completa Anna.

Os trabalhos estão em execução no Laboratório de Corrosão e Proteção, que foi reestruturado em 2009 em projeto também financiado pela Petrobras. Para as determinações de parâmetros físicos e químicos, o LCP contará com o apoio de duas outras unidades do IPT, os Laboratórios de Análises Químicas e de Combustíveis e Lubrificantes, ambos do Centro de Metrologia em Química.

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