Margens seguras

Compartilhe:

Equipes do Laboratório de Riscos Ambientais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) estão em processo de finalização do relatório sobre as condições do Lago do Taboão, na cidade de Bragança Paulista (SP). Os estudos envolvem o diagnóstico dos processos erosivos e do nível atual de assoreamento do lago, em um projeto financiado pela Secretaria de Desenvolvimento por intermédio do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios (Patem).

Os trabalhos em Bragança Paulista estão concentrados em duas competências do IPT, os projetos de intervenção em áreas de risco sob uma abordagem geotécnica e a investigação geofísica de ambientes submersos. Segundo Claudio Luiz Ridente Gomes, um dos pesquisadores envolvidos no diagnóstico, o assoreamento do lago tornou-se cada vez mais visível nos últimos anos. “Estamos realizando o mapeamento das sub-bacias hidrográficas e das principais fontes de geração dos sedimentos, incluindo os tipos de solos. Isso permitirá a obtenção de dados para a identificação das causas do assoreamento e a proposta de medidas para a elaboração de uma política de gestão municipal”.

Os dados obtidos com a caracterização das sub-bacias estão sendo cruzados com as informações obtidas na investigação dos ambientes submersos, explica o pesquisador Luiz Antonio Pereira de Souza. Nos trabalhos em Bragança Paulista, o principal diferencial em relação às atividades normalmente executadas pela equipe do IPT foi o uso do método de perfilagem sísmica contínua para a verificação das espessuras dos sedimentos. Isso foi possível com a fonte chirp, recém-adquirida dentro do projeto de modernização do IPT, que trabalha com duas fontes acústicas simultaneamente, uma com emissão de sinais com freqüência entre 2 e 8 kHz, e outra entre 10 a 18 kHz.

Estrutura de aço com catamarã foi desenvolvida em uma parceria IPT-Instituto Oceanográfico para uso no lago
Estrutura de aço com catamarã foi desenvolvida em uma parceria IPT-Instituto Oceanográfico para uso no lago

“Esse equipamento foi desenvolvido para ser acoplado ao casco de grandes embarcações, e havia sido utilizado somente no mapeamento do fundo do canal em Santos, em São Paulo, e em São João da Barra, no Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que trabalhamos com ele em um lago”, explica Souza. “Para o seu uso em Bragança Paulista, foi desenvolvida em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) uma estrutura de aço com um catamarã para que o chirp pudesse boiar no lago”, completa ele, lembrando que a batimetria e a sonografia de varredura lateral também foram empregadas no lago e irão contribuir com informações para a elaboração do laudo.

PERFIS DAS MARGENS – Além dos dados coletados pelo IPT, a Prefeitura de Bragança Paulista está executando sondagens em algumas áreas de margens definidas pelos pesquisadores do laboratório para subsidiar o relatório. Todas as informações serão integradas em modelos matemáticos para o cálculo da estabilidade dos taludes submersos, que indicarão as quantidades de sedimentos possíveis de serem removidas nos diversos pontos, a fim de garantir a segurança. Os dados coletados indicam que a profundidade do lago varia de 50 cm a três metros.

“A intenção da prefeitura é o desassoreamento do lago, mas ele não pode ser feito sem critérios técnicos. As margens apresentaram no passado processos de instabilização por conta da presença de argila mole de baixa resistência na área. Esse relatório será importante para que a retirada dos sedimentos não cause novos problemas, já que a área é atualmente circundada por uma avenida e um parque”, completa Gomes.
 
NA MÍDIA – O Programa Planeta Vanguarda levou ao ar em cinco de novembro reportagem sobre as atuais condições do Lago do Taboão e mencionou o trabalho do IPT. Clique aqui e veja a matéria na íntegra.

continue

INSCREVA-se em nossa newsletter

Receba nossas novidades em seu e-mail.

SUBSCRIBE to our newsletter

Receive our news in your email.

Pular para o conteúdo