Tecnologia química

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Para aumentar as competências do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em materiais nanoestruturados, a engenheira química Maria Helena Ambrosio Zanin realizou um intercâmbio durante dez meses no Fraunhofer Institute for Chemical Technology (ICT) com foco na área de revestimentos funcionalizados aplicados a polímeros. A viagem foi realizada dentro do Programa de Desenvolvimento e Capacitação no Exterior (PDCE), que foi criado no final de 2008 para capacitar o corpo técnico do Instituto.

Os estudos da pesquisadora do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas (LPP) concentraram-se na síntese de revestimentos e aplicação em superfícies de materiais poliméricos que apresentam funções interativas por meio de estímulos externos, neste caso a luz. Exemplos do emprego de materiais funcionais estão presentes no dia-a-dia: já é possível encontrar salas em hospitais que foram revestidas com tintas de propriedades antifúngicas, desenvolvidas a partir de materiais que reagem no contato com a iluminação interna e evitam a contaminação por bactérias.

O projeto de pós-doutorado da pesquisadora na unidade do instituto alemão da cidade de Pfinztal foi inserido no projeto “Clean Sky”. Trata-se de uma iniciativa tecnológica da Comunidade Europeia que busca o desenvolvimento de um modelo de aeronave com menor impacto ambiental, e envolve um total de 86 indústrias e instituições de pesquisas públicas e privadas de 16 países.

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“Cada parte da aeronave está sujeita ao ecobalance desde a produção até o descarte dentro do projeto. Neste contexto os pesquisadores estão desenvolvendo métodos, processos e novos materiais para produção, operação e reciclagem das aeronaves”, explica Maria Helena.

Maria Helena: intercâmbio na Alemanha mostrou importância do envolvimento entre pesquisadores e empresários na avaliação dos resultados das pesquisas
Maria Helena: intercâmbio na Alemanha mostrou importância do envolvimento entre pesquisadores e empresários na avaliação dos resultados das pesquisas

“Em meu trabalho, atuei em um grupo voltado a estudos de revestimentos funcionalizados para aplicação nas cabines de aeronaves. Foram estudados diversos materiais poliméricos para este fim, como polipropileno (PP), acrinonitrila butadieno estireno (ABS), polimetil metacrilato (PMMA) e policarbonato (PC).”

O trabalho no Instituto Fraunhofer foi executado dentro do grupo de novos materiais e subgrupo de fotocatálise, junto aos pesquisadores Nicolas Zydziak e Christof Hübner, e teve como foco o uso de nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2). O composto já é consagrado como pigmento branco para uso em tintas, bloqueador solar em cosméticos e corante em alimentos; recentemente, foi identificado o seu grande potencial para degradar poluentes biológicos ou orgânicos presentes em águas residuais ou na atmosfera, por meio da fotocatálise na presença de luz interna ou solar.

CONTINUIDADE – “Em dez meses com esse grupo, a grande riqueza do intercâmbio foi conhecer o trabalho em um instituto que possui semelhanças com o IPT na pesquisa aplicada com o desenvolvimento de novas tecnologias. Foi possível acompanhar o dia-a-dia dos pesquisadores, a execução de propostas aos clientes e a gestão dos projetos”, explica Maria Helena, que ficou impressionada com a atenção dada ao fechamento dos trabalhos. “É dada uma grande importância às reuniões neste momento. Há um envolvimento entre pesquisadores e parceiros das indústrias com foco na avaliação dos resultados, como novos procedimentos, metodologias e produtos”.

O primeiro fruto no Brasil a partir do intercâmbio da pesquisadora foi a submissão de um projeto via FP7, o principal instrumento da Comunidade Europeia para financiamento de pesquisas. Maria Helena é responsável pela subcoordenação de parte de um projeto para desenvolvimento de embalagens alimentícias a partir de matéria-prima da biodiversidade brasileira, com o uso de revestimentos funcionalizados para evitar o crescimento de fungos e bactérias. A proposta está em fase de julgamento.

O projeto terá a coordenação do Fraunhofer Institute for Interfacial Engineering and Biotechnology (IGB), a participação do Fraunhofer Institute for Process Engineering and Packaging (IVV) e contará ainda com o apoio do Laboratório de Biotecnologia Industrial (LBI) do IPT, além do próprio LPP no qual trabalha a pesquisadora.

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