A funcionalização de nanopartículas de diamante (nanodiamantes) para aplicações nas áreas de corrosão e biológica não é mais uma incógnita. Sérgio Abud Filho, assistente de pesquisa do Centro de Integridade de Estruturas e Equipamentos – CINTEQ – do IPT, realizou treinamento em nanotecnologia no Instituto Fraunhofer Gesellschaft na Alemanha para desenvolver uma metodologia de modificação química na superfície das nanopartículas.
No período de janeiro a maio de 2010, Abud se familiarizou com ensaios não-destrutivos em micro e nanoestruturas e também técnicas espectroscópicas que poderão ser implementadas no Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT, capacitado a realizar estas atividades em razão dos R$ 11,8 milhões recebidos em 2009 da Petrobras para a modernização da infraestrutura e equipamentos.
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Os nanodiamantes (ND) são nanopartículas de diâmetro aproximado de 100 nm produzidos a partir da detonação de uma mistura explosiva em um reator a altas pressões e alta temperatura. Os ND podem ser adquiridos na forma de pó ou na forma de solução aquosa “a serem aplicados na produção de sensores eletrônicos, biológicos e revestimentos”, afirma Abud.
O pesquisador identificou os principais caminhos de purificação e funcionalização dos nanodiamantes, bem como técnicas para caracterização das nanopartículas. Segundo ele, as aplicações da funcionalização química das nanopartículas são inúmeras. Uma delas é na área biológica, já que uma das propriedades dos nanodiamantes é que são biocompatíveis. “As nanopartículas atuariam como biosensores para detecção de vírus e bactérias”, explica ele.
Para aplicação na área de corrosão, os ND oxidados foram funcionalizados com 1-aminooctadecano (molécula orgânica), com a finalidade de tornar a superfície das nanopartículas hidrofóbica (de forma a repelir água). “A ideia é que estas nanopartículas funcionalizadas sejam incorporadas ao revestimento protetivo de uma peça metálica, como um duto de aço, e estas nanopartículas confiram uma proteção adicional ao metal. Onde não tem água não tem corrosão” disse.
Sobre a experiência em trabalhar com uma equipe multidisciplinar, Abud conclui: “Isto reforçou ainda mais a minha opinião da importância do trabalho em equipe para alcançar um objetivo”.