Apoio ao Rodoanel

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As atividades desempenhadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) na gestão ambiental e na proteção dos mananciais (Represas Billings e Guarapiranga) localizados no entorno do Trecho Sul do Rodoanel foram discutidas na 11ª edição do congresso da International Association for Engineering Geology and the Environment (IAEG). O evento ocorreu em setembro na cidade de Auckland, na Nova Zelândia, e os pesquisadores Sofia Júlia Alves M. Campos e Caio Pompeu Cavalhieri, do Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental, participaram com dois trabalhos.

As ações executadas desde 2007 no Rodoanel pelo IPT estão voltadas à prevenção e ao controle dos impactos ambientais em mananciais, além da proposição de medidas mitigadoras para recuperação de áreas afetadas. No primeiro trabalho no congresso, a engenheira civil Sofia Júlia procurou fazer uma síntese de todas as soluções tecnológicas empregadas pelo Instituto nos três primeiros anos do contrato de prestação de serviços para o Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S.A.

As alternativas discutidas entre as equipes do IPT, Dersa e construtores incluíram ações integradas de práticas de conservação de solo e medidas estruturais, como pequenos barramentos com enrocamento (pequenos diques formados por rochas) ou sacarias (sacos preenchidos com solo) em linhas de drenagem, barreiras de geotêxteis, bacias temporárias de detenção e soluções mistas de detenção e filtragem.

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Projeto no Rodoanel foi conduzido sob três grandes estratégias tecnológicas: prevenção, controle e recuperação das áreas impactadas
Projeto no Rodoanel foi conduzido sob três grandes estratégias tecnológicas: prevenção, controle e recuperação das áreas impactadas

Segundo a pesquisadora, as ações integradas seguiram um caráter dinâmico em paralelo ao avanço das frentes de obras, com reavaliações e redimensionamentos em consonância a cada etapa construtiva. As obras de implantação da rodovia eram subdivididas em cinco lotes, cada uma sob a responsabilidade de um consórcio diferente, e fiscalizadas pela Unidade de Gerenciamento Ambiental do Rodoanel. “A rotina de acompanhamento foi semanal. Os pesquisadores do IPT interagiam com as equipes em campo, tanto dos supervisores ambientais do Dersa quanto dos construtores. A intenção era a interferência no processo in loco”, explica Sofia.

BARREIRAS COM GEOSSINTÉTICOS – O engenheiro ambiental Caio Pompeu Cavalhieri apresentou no segundo trabalho do congresso alguns resultados dos ensaios feitos no IPT para avaliação do desempenho de mantas de geotêxteis. Esta foi uma alternativa amplamente utilizada durante as obras do Trecho Sul para minimizar assoreamentos e alterações de turbidez, que é o parâmetro associado à capacidade do feixe de luz em atravessar a água. Os dois problemas eram decorrentes dos sedimentos carreados pelas chuvas, que atingiam as áreas de intervenção das obras e podiam interferir na qualidade da água captada para abastecimento da população.

Fabricadas em geotêxtil não-tecido, as mantas usadas no Rodoanel foram testadas em relação à capacidade de diminuição da turbidez. Duas misturas em suspensão foram preparadas a partir de amostras de solos (argilo-arenoso e silto-arenoso) coletadas na área de construção da rodovia. Elas foram então submetidas a simulações de eventos de chuva, sob condições controladas de laboratório. Em seguida, foram realizados dois tipos de análises para mensurar a capacidade de filtração, correlacionando as alterações de turbidez à taxa de escoamento da água através da manta.

Os resultados dos ensaios mostraram que a manta estudada teve um papel significativo na redução da turbidez. Quando foram analisados os resultados relacionados ao processo de filtração em diversos intervalos de tempo, a redução de turbidez ficou na faixa de 56% a 99,9%. Ao se considerar o comportamento da manta ao longo de uma única simulação de chuva, a turbidez foi reduzida em até 84,1%.

“O controle da turbidez permite a diminuição da quantidade de coagulantes empregados para a remoção de parte das impurezas durante o tratamento da água, assim como reduz a quantidade do lodo gerado nas estações”, explica Cavalhieri, que desenvolve atualmente mestrado sobre a aplicação de geotêxteis em processos de filtração. “A redução dos custos de transporte e disposição do lodo em aterros sanitários são outros benefícios, além de custos mais baixos para a manutenção do sistema de abastecimento”.

O pesquisador chama a atenção, no entanto, para o fato de que os resultados foram obtidos em um experimento realizado sob condições controladas. Para o sucesso no controle da turbidez e na manutenção da qualidade da água em campo, continua ele, é necessário um projeto que contemple o dimensionamento hidrológico e hidráulico, as mantas apropriadas para cada tipo de solo e instalações sob permanente manutenção.

Confira os resumos dos artigos apresentados pelos pesquisadores:

Alternativas tecnológicas para controle de erosão em construção de estradas

Avaliação laboratorial da performance de um geotêxtil na redução de turbidez

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