Condutor de fármacos no corpo

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O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está desenvolvendo um projeto em parceria com Universidade de São Paulo (USP) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) para geração de um sistema nanocarreador que conduz o fármaco dentro do corpo até o local da ação para tratamento de câncer de pele. O sistema é patenteado e contribui para a criação de novas formas de administração e veiculação de agentes ativos de interesse em áreas diversas como farmacêutica (incluindo dermatológica), cosmética, produtos de higiene pessoal, veterinária, agroquímica e alimentos.

“Foram testadas diferentes moléculas, incluindo antiinflamatórios, antibióticos e ativos cosméticos para verificar a viabilidade do sistema; e o nanocarreador desenvolvido confere proteção do princípio ativo incorporado contra a degradação, aumento da estabilidade, melhoria da biodisponibilidade e facilita a permeação na pele”, afirma Natália Cerize, pesquisadora do Lab. Processos Químicos e Tecnologia de Partículas (LPP) e uma das responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho no IPT.

Imagem de MEV (microscopia eletrônica de varredura de alta resolução) com aumento de 100 mil vezes dos nanocarreadores
Imagem de MEV (microscopia eletrônica de varredura de alta resolução) com aumento de 100 mil vezes dos nanocarreadores

A tecnologia desenvolvida utiliza um processo passível de aplicação em escala industrial, o que potencializa futuros trabalhos de desenvolvimento de produtos em escala nanométrica, já que o LPP dispõe de infraestrutura para este tipo de solução tecnológica. Dentre os equipamentos disponíveis, destaca-se um homogeneizador de alta pressão e um spray dryer (NanoSpray®) que pode produzir nanocarreadores, e um microscópio eletrônico de varredura de alta resolução (MEV-FEG) que desempenha papel fundamental na caracterização do tamanho e da morfologia destes materiais.

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Os nanocarreadores foram submetidos a testes in vitro em células e os resultados mostraram que não há toxicidade. Testes em animais, com auxílio da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostraram, em uma primeira fase, que o ativo incorporado no nanocarreador consegue ser veiculado até a lesão e não ocorre toxicidade renal nem hepática, o que viabiliza o potencial de aplicação destes sistemas em uma posterior fase clínica, em humanos.

O trabalho do IPT, iniciado por Natália como tese de doutorado para a USP, contou com a orientação de Antonio Cláudio Tedesco (Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP – Grupo de Fotobiologia e Fotomedicina), co-orientação de Maria Inês Ré, pesquisadora do IPT que desenvolve trabalho ligado à câncer-bio-saúde em centro de pesquisa na França e participação do pesquisador do IPT Adriano Marim. O sistema será apresentado em outubro na Second Conference Innovation in Drug Delivery na cidade de Aix-en-Provence, França, e está concorrendo ao Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia cujo tema deste ano é Nanotecnologia.

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