Riscos geológico-geotécnicos

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Em continuidade ao Programa de Desenvolvimento e Capacitação no Exterior (PDCE) do IPT, a geóloga Alessandra Cristina Corsi, do Laboratório de Riscos Ambientais do CETAE, viajou para os Estados Unidos em janeiro de 2010 para um treinamento no U.S. Geological Survey (USGS), que é o Serviço Geológico Americano. A pesquisadora participou durante seis meses do grupo Western Geographic Science Center no projeto ARkStorm, que trata da elaboração de um cenário para evento de chuva extrema com inundações. A instituição está localizada na cidade de Menlo Park, no Estado da Califórnia.

O ARkStorm é um subprojeto inserido em um estudo maior, o Multi Hazards Demonstration Project (MHDP), que desenvolve cenários para riscos naturais nos Estados Unidos a partir de uma proposta multidisciplinar. O primeiro caso estudado recebeu a denominação de ShakeOut e teve como foco a ocorrência de terremotos em eventos de magnitude 7,5 na Escala Richter. Os participantes calcularam a área de impacto, as cidades que seriam afetadas, os custos econômicos para a reconstrução e o impacto em rodovias e dutovias, para em seguida partirem para uma análise dos dados coletados e construção de um cenário plausível. Os resultados do projeto foram então divulgados para cientistas e comunidades em 2008.

O segundo subprojeto, do qual participou a pesquisadora do IPT, recebeu o nome de ARkStorm e teve como objeto de trabalho a análise dos dados de chuvas e inundações ocorridas nos anos de 1861 e 1862 na Califórnia. A participação de Alessandra esteve voltada ao estudo dos sistemas de informação geográfica, a fim de fornecer subsídios para a análise econômica, que envolvia desde a análise do cenário meteorológico que produziria a quantidade de chuva até a elaboração do mapa das inundações.
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Alessandra participou durante seis meses em projeto de elaboração de um cenário para evento de chuva extrema com inundações
Alessandra participou durante seis meses em projeto de elaboração de um cenário para evento de chuva extrema com inundações

“A partir dos dados meteorológicos, as diferentes instituições trabalharam conjuntamente para produzir o mapa das áreas que seriam atingidas. Este material incluía informações como o número de dias de inundações dos diversos locais e a altura a que chegaria a água”, explica Alessandra. “Participei do estudo de cruzamento de tais dados com aqueles provenientes dos mapas das rodovias situadas no entorno. Isso permitiu verificar quais delas enfrentariam problemas de escorregamentos, corridas de detritos e erosão, e também os tempos de reconstrução e liberação para o tráfego, até um prazo máximo de um ano.”

O treinamento da pesquisadora incluiu também combinar as informações dos mapas de inundações com os de agricultura, a fim de fornecer subsídios aos economistas envolvidos no trabalho sobre o impacto causado às plantações na ocorrência de um evento.

MULTIDISCIPLINARIDADE – Além das instituições mencionadas, o projeto envolveu a participação do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), Scripps Institute of Oceanography, California Geological Survey, Universidade do Colorado, National Center for Atmospheric Research (NCAR) e outras organizações. Como os profissionais se encontravam em diferentes cidades e o projeto previa a duração de dois anos, era comum o uso de ferramentas como conference calls para a troca de informações. “Foi interessante conhecer a metodologia de organização de trabalho do grupo e ter contato com a dinâmica de desenvolvimento dos diversos estudos e a transferência de dados, além das discussões sobre a coerência dos cenários sugeridos e os impactos resultantes”, completa Alessandra.

A finalização do relatório do ARkStorm está prevista para este mês de agosto. Os documentos estarão disponíveis para download no site da USGS e a divulgação inclui ainda a distribuição de circulares para os participantes e a comunidade. Os próximos cenários a serem estudados pela entidade serão os tsunamis e os incêndios.

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