O IPT criou plano de diagnóstico e gerenciamento para reciclagem dos resíduos de construção e demolição (RCD) para a cidade de Novo Horizonte, São Paulo. O objetivo foi auxiliar o município na implementação de novas práticas de gestão para RCD. Novo Horizonte possui uma população de 36 mil habitantes, de acordo com o IBGE, e tem sua economia pautada na produção agrícola e pecuária, destacando-se usinas de açúcar e álcool. Os Centros do IPT envolvidos foram o Centro de Tecnologias de Obras de Infraestrutura e o Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas.
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O diagnóstico contemplou a identificação de geradores, transportadores e locais de disposição, geralmente em locais irregulares.“A partir desses aspectos foi possível estabelecer detalhamentos para implantação e operacionalização de um sistema de gerenciamento”, afirma Sérgio Angulo, pesquisador do Laboratório de Materiais de Construção Civil – LMCC.

O IPT apresentou a opção mais viável de reciclagem de RCD, que muda o conceito das tecnologias convencionais. Trata-se de uma unidade de processamento de resíduos de baixo custo desenvolvida pela Universidade de São Paulo. O equipamento, que custa cerca de R$170 mil reais, dispensa unidade de britagem e tem a capacidade de processar dez caçambas de RCD por dia, o que torna-se compatível a municípios de até 50 mil habitantes. Uma caçamba tem cerca de 5m3 e pode produzir diariamente 30m3 de material para pavimentação e outros 20 m3 de material para obras de geotecnia. “O custo desse equipamento é metade do que o de uma usina convencional. Dessa forma, pequenas cidades poderão reciclar, o que será um ganho ambiental para o estado”, disse Valdecir Quarcioni, pesquisador responsável pelo LMCC. “Precisamos solucionar o desperdício dos resíduos de construção e aproveitá-los em outros usos, evitando áreas de aterro”, ressalta Luiz Tanno, pesquisador da Seção de Recursos Minerais e Tecnologia Cerâmica do IPT.
Existe uma grande demanda de material para estradas rurais do estado, na qual os resíduos podem ser empregados como revestimento primário. “O estudo de Novo Horizonte provou que o RCD atende tecnicamente para esse tipo de aplicação”, disse Angulo.

O IPT está investindo numa unidade protótipo desta tecnologia com o intuito de difundir a tecnologia de baixo custo, desenvolvendo treinamentos para garantir a qualidade do material reciclado, indicando locais apropriados para captação gratuita de resíduos, e criando alternativas para aplicação do material reciclado como pavimentação.
Os resíduos podem ser classificados em: resíduos de concreto e alvenaria, porque podem ser reciclados como material para pavimentação; madeiras, aço e plástico, reciclados por setores industriais específicos; madeira picotada, que tem rota de reciclagem como compensados e móveis; aço, reciclado na indústria siderúrgica e cimento amianto, considerado um resíduo perigoso.