Baixo impacto ambiental

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O Laboratório de Análises Químicas do Centro de Metrologia em Química (CMQ), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), já examinou mais de três mil amostras de componentes de eletroeletrônicos e eletrodomésticos desde que começou, há três anos, a verificar os níveis de substâncias restritivas nos produtos exportados para a comunidade europeia.

Esse trabalho é feito para que os exportadores possam atender às exigências da diretiva RoHS (Restrictions of the use of Certain Hazardous Substances – Restrições ao uso de Certas Substâncias Prejudiciais), que entrou em vigor em 1º de julho de 2006 e aplica-se a todos os países da Europa. “O laboratório do IPT foi o primeiro a atender e analisar todas as substâncias restritivas dessa barreira comercial”, afirma Miguel Papai, responsável pelo laboratório.

Equipamento portátil verifica nível de substâncias restritivas em componente de uma geladeira
Equipamento portátil verifica nível de substâncias restritivas em componente de uma geladeira

A preocupação com resíduos tóxicos resulta em aspectos positivos para o desenvolvimento de conceitos de sustentabilidade aliados aos processos produtivos. A atuação do IPT também tem sido fundamental para que os produtos industrializados mantenham sua participação na balança comercial do país, que atualmente é de cerca de 70% das exportações totais. Além disso, para 2010, a perspectiva de crescimento desse mercado é de 11%, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE).

As restrições da norma abrangem o controle de chumbo, cádmio, cromo hexavalente, mercúrio, bifenilas polibromadas (PBB) e éteres difenílicos polibromados (PBDE). Para essas substâncias e elementos químicos, o valor de referência permitido deve ser inferior a 1.000 mg/kg, exceção feita ao cádmio, para o qual a tolerância é de 100 mg/kg. Esses parâmetros foram determinados em função do dano que possam causar à saúde e bem-estar do consumidor, e também ao meio ambiente após o descarte do produto.
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Nas análises dos materiais, o laboratório do IPT utiliza equipamentos modernos, com alta tecnologia, empregando na etapa inicial, a técnica de espectrometria de fluorescência de raios-X para análise química qualitativa. Essa é uma técnica não-destrutiva, utilizada para verificar a presença de mercúrio, cádmio, chumbo, cromo total e bromo total em diversos tipos de amostras. O equipamento usado pelo IPT é o mesmo que é empregado nas alfândegas europeias para o controle de produtos.

As análises químicas quantitativas do mercúrio, cádmio e chumbo são realizadas por espectrometria de emissão atômica de plasma (ICP OES). As de bifenilas polibromadas (PBB) e éteres difenílicos polibromados (PBDE) são feitas por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. O cromo hexavalente, por sua vez, é analisado por espectrofotometria de UV visível.

Em três anos de testes houve uma melhoria na qualidade dos produtos e uma sensível evolução da indústria nacional quanto à preocupação no atendimento à diretiva. Além da Europa, Japão, China e EUA já adotaram o padrão da diretiva RoHS. “Isso também deve acontecer no Brasil”, afirma Miguel, que encara a diretiva como tendência mundial.

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