Projeto na Argélia

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O Centro de Tecnologias de Obras de Infraestrutura (CT-OBRAS) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) recebeu de 8 a 11 de dezembro uma comitiva de representantes do Ministério de Obras Públicas e Transportes da Argélia, que veio discutir com pesquisadores detalhes de um relatório de avaliação das condições da ponte Sidi Rached, em Constantine, terceira maior cidade do país, com um milhão de habitantes, situada a 80 km do litoral do mar mediterrâneo.

Ponte atravessa o rio Rhumel a 110 metros
Ponte atravessa o rio Rhumel a 110 metros

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A ponte, com 447 metros de extensão, é uma das quatro que unem a cidade às margens do rio Rhumel – um curso de água com apenas 12 metros de largura, mas que criou uma ravina, desfiladeiro sinuoso e profundo, atravessada pela ponte a 110 metros de altura. A obra foi construída de 1907 a 1912 com blocos de cantaria, uma espécie de pedra, e se constitui de 27 arcos, com diferentes larguras de vãos, sendo que o mais largo deles, sobre o rio, tem 70 metros. A ponte é considerada a maior do mundo em blocos de cantaria e um importante cartão postal da cidade.

A parceria entre o IPT e o governo argelino surgiu a partir de um pedido do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Em novembro de 2008, o Instituto enviou uma missão ao país, com três pesquisadores, das áreas de geotecnia, geologia e estruturas. Durante dez dias, a equipe fez um exaustivo levantamento da documentação da obra e também uma avaliação de campo para identificar as causas dos problemas e suas possíveis soluções.

Segundo Gisleine Coelho de Campos, diretora do CT-OBRAS, a construção vem sofrendo recalques diferenciais nas fundações, que geraram quadros de fissuração em sua superestrutura. O problema é agravado por instabilidade nas encostas, que se movimentam por conta de infiltrações de água. As soluções apontadas pelo relatório do IPT relacionam reforço das fundações, drenagem do maciço e reforço das fissuras.

“A visita da missão também poderá abrir a parceria para novas oportunidades de negócios”, afirma Gisleine. Brasil e Argélia são países que têm uma tradição de relacionamento em engenharia e arquitetura. O país abrigou o arquiteto Oscar Niemeyer durante seu exílio na época da ditadura militar. Niemeyer participou de alguns projetos, como o do Centro Cívico de Argel e de universidades. Além disso, há um novo viaduto que será construído na cidade por uma construtora brasileira, cujo projeto arquitetônico faz referência à obra do arquiteto.

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