O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) manifestou em setembro o interesse em participar do capítulo brasileiro da Rede Latino-Americana de Prevenção e Gestão de Sítios Contaminados (Relasc), que vai promover o intercâmbio tecnológico entre países do continente, como Argentina, Brasil, Chile, México e Uruguai, na pesquisa sobre remediação e revitalização de áreas contaminadas.
A rede foi lançada oficialmente no dia 14 de setembro. “O IPT foi convidado a fazer parte dos comitês gestor e técnico-científico”, afirma Nestor Kenji Yoshikawa, responsável pelo Laboratório de Resíduos e Áreas Contaminadas do Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas (CETAE). O pesquisador explica que a iniciativa tem finalidade social e permitirá a troca de experiências e conhecimento na solução de passivos ambientais, um problema que começa a ganhar mais atenção dos setores público e privado com as demandas da sociedade civil para a preservação do meio ambiente. “Precisamos promover a troca de informação e encontrar a melhor forma para o gerenciamento de sítios contaminados em cada caso”, diz Yoshikawa.
O capítulo brasileiro da Relasc surgiu da iniciativa da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) de mobilizar segmentos profissionais no país em torno da problemática de sítios contaminados. Entre as suas primeiras atividades, a Relasc Brasil vai criar uma base de informações para que as experiências de sucesso desenvolvidas aqui sejam documentadas e sistematizadas para aproveitamento em projetos futuros.
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Yoshikawa acredita que a rede será um importante subsídio para a difusão de novas tecnologias. “A Relasc vai permitir ao profissional estar em dia com o que há de mais moderno para descontaminar áreas”, afirma. Ele também diz que a rede surge em um momento estratégico, “em que há muita atividade em termos de consultoria e diagnóstico”.
Segundo o pesquisador, os grandes problemas no Brasil são decorrência da disposição inadequada antes da existência de legislação ambiental. “Por ignorância, costumava-se a simplesmente enterrar os resíduos, sem critérios, acreditando que natureza pudesse dar conta da degradação”, afirma. O projeto de lei que trata da política nacional de resíduos sólidos no país está em tramitação há dois anos. Outra referência é a política estadual, de 2006, já aprovada e regulamentada em agosto de 2009.