O Mestrado Profissional e seu correspondente acadêmico diferem na chamada mão na massa. “Os professores do IPT resolvem problemas reais no seu cotidiano e levam esta prática para as salas de aula”, afirmou o diretor presidente do Instituto, João Fernando Gomes de Oliveira. Silvia Paladino, que concluiu o curso em Engenharia de Computação, comprova esta afirmação. “Aprendi muito aqui, desenvolvi minha tese na área de segurança em implementação de redes na telefonia celular com uma orientação que me manteve sempre com os pés no chão.” Graduada em Antropologia e Processamento de Dados, com MBA em gestão estratégica de TI, Silvia é responsável técnica pela área de software de mobilidade na Nokia do Brasil. No ano passado, apresentou seu trabalho na Conferência Latinoamericana de Informática realizada na Argentina. Coordenadores de cursos entregaram diplomas aos mestrandos em Habitação, Engenharia de Computação, Tecnologia Ambiental e Processos Industriais.
Na cerimônia de formatura, realizada no campus do IPT em São Paulo, Oliveira destacou a boa avaliação dos cursos tanto pela autoridade federal, quanto pelos próprios alunos. “Nosso objetivo é capacitar recursos humanos e formar pessoas capazes de implementar projetos tecnológicos junto com o IPT. É o caminho para que o aprimoramento tecnológico das empresas se complete. Contamos, para isso, com o suporte da Fundação IPT aos cursos e programas oferecidos.” José Roberto Cardoso, vice-diretor da Poli/USP, afirmou que o Brasil necessita de conhecimento qualificado em tecnologia. “Precisamos evoluir do Mestrado para o Doutorado profissional, com realização de estágios na indústria para a elaboração das teses. Assim formaremos profissionais para a indústria. Temos potencial – em termos de território, população e PIB, só comparável a Estados Unidos, China e Rússia – em 30 anos podemos ser um país rico.”
Na sequência do evento, o diretor de Inovação do IPT, Fernando Landgraf, defendeu uma postura mais pragmática entre professores e formandos. “A relação entre professor e aluno deve ser forte, baseada em conhecimento mútuo. Assim poderemos um dia construir juntos um projeto. Contamos com vocês.”
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Nelson Pereira dos Reis, diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp, apontou a relação produtiva que existe entre o IPT e a indústria paulista. “São Paulo tem mais de 130 mil empresas industriais em todos os ramos de atividade. Criamos pólos, temos grandes desafios para manter o ritmo de crescimento e de bem-estar para a população. Atravessamos uma Crise internacional e o mundo mudou. O Brasil tem potencial, inclusive exportador, mas tem custos que dificultam sua competitividade. Nossas empresas precisam intensificar o processo de inovação e manter a trajetória de crescimento. O mundo se movimenta em torno das mudanças climáticas. Haverá custos que serão distribuídos entre as nações e o conhecimento será a moeda de troca da inserção. O Brasil tem uma economia de baixo carbono, precisamos mostrar isto ao mundo em nosso benefício. As empresas precisam tirar o pessoal ligado à inovação da linha hierárquica intermediária e colocá-lo na linha de frente. Um belo desafio para os formandos.”
Ao final, o diretor da Coordenadoria de Ensino Tecnológico do IPT, Mario Miyake, informou que até o final deste ano serão 600 mestres formados, coincidindo com os 110 anos do IPT. “O Mestrado Profissional não é estático. Vocês aprenderam a fazer pesquisas e estão inseridos nas empresas. O IPT capacitou-os a fazer pesquisa com metodologia científica na indústria, uma área em que ainda não temos muita tradição. Este é apenas o começo de um processo.”