Clarinete, piano e sax soprano

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O clarinetista Paulo Moura e o pianista norte-americano Cliff Korman encerraram a sessão solene em comemoração aos 110 anos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, dia 27 de junho, na Sala São Paulo, com um show de música popular brasileira intitulado Transformações.

A parceria entre os dois músicos não é nova. Em 1999, Moura gravou ao vivo com Korman, no Festival de Gênova, um repertório que reúne de Pixinguinha a Duke Ellington – o resultado é o CD Mood Ingênuo, lançado na Europa e nos Estados Unidos. A dupla tem ainda dois outros trabalhos, Gafieira Dance Brasil, de 2001, e Gafieira Jazz (2006).

Na apresentação realizada na Sala São Paulo, todos os temas escolhidos por Moura e Korman foram inteiramente compostos ou tiveram a participação de compositores nascidos ou que adotaram o Estado de São Paulo: Viola Quebrada, de Villa-Lobos e do paulistano Mário de Andrade; Dança Negra, do maestro nascido em Tietê Camargo Guarnieri; Saudades do Matão, do italiano Jorge Galati, que chegou criança ao Brasil e fixou residência na cidade de Araraquara; uma fusão de Ronda e Sampa, do paulistano Paulo Vanzolini e de Caetano Veloso, respectivamente; Tico-tico no Fubá, do paulista nascido em Santa Rita do Passa Quatro Zequinha de Abreu e Trem das Onze, do valinhense Adoniran Barbosa.

Ao final das seis músicas, Moura convidou o diretor-presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira, que também é músico, para subir ao palco e dar uma canja aos convidados. A apresentação, com o clarinete de Moura e o sax soprano de Oliveira, foi de um clássico do choro, Eu Quero é Sossego, do potiguar K-Ximbinho – uma prova viva de que as transformações de São Paulo passam pela contribuição de muitos brasileiros.

Confira no texto abaixo a biografia autorizada:

"Paulo Moura – A estética da miscigenação é marca da excelência e ousadia criativa de Paulo Moura na musica instrumental brasileira.

Em sessenta anos de vida profissional Paulo Moura, clarinetista e saxofonista, é reconhecido como intérprete, arranjador compositor popular/erudito e band leader, tornando-se referência de vanguarda para solistas populares em todo o mundo.

No Brasil criou escolas e seguidores ao reinventar as harmonias do samba, que tornou jazzístico e camerístico ao mesmo tempo. Os choros nuançados pela percussão, e relidos pela rítmica africana de origem, lhe valem incontáveis prêmios nacionais, 3 indicações ao Grammy Latino Internacional e o primeiro Grammy Latino para um instrumentista brasileiro. Seus bailes de gafieiras, uma ampla gama de estilos e gêneros musicais são desenhados e acentuados por ele de maneira inconfundível, tornaram-se memoráveis. E seus improvisos, ancorados em extensa formação erudita cruzam as fronteiras, para além do jazz e de gêneros, em mais de 35 gravações de álbuns autorais.

Consagrado como estrela, ele se reinventa a cada apresentação, e é cultuado pelo público como o instrumentista mais popular do Brasil. Em outubro de 2008, foi condecorado pela Presidência da Republica do Brasil, com a Comenda do Ordem do Mérito Cultural"

Cliff Korman – é professor na Universidade de Música de Manhattan e da Universidade da Cidade de Nova York. Estudou a natureza e a história da improvisação com foco em Thelonious Monk. É especialista em música Brasileira e recebeu bolsa da fundação Full Bright para vir ao Brasil fazer suas pesquisas. Escreveu um Livro sobre ritmos brasileiros e apresentou o Primeiro Show de Música brasileira com a Orquestra de Manhattan e a participação de Toninho Horta.

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