Desafios para ocupação do espaço subterrâneo urbano

Compartilhe:

Resumo:

O uso e ocupação do subsolo da metrópole paulistana apresenta um crescimento indisciplinado em face à intensa utilização do espaço superficial ao longo dos anos. Ocorrências deletérias envolvendo as obras no subsolo podem resultar em impactos negativos na superfície, tanto sob o ponto de vista econômico quanto de segurança. O cadastro das interferências existentes no subsolo paulistano ainda é incipiente, e leis como a Lei Nº 16.255/2015 tentam dirimir este problema por meio da criação de bancos de dados georreferenciados, contendo detalhes dos projetos da infraestrutura urbana. Como orientação do Emerald Book, destaca-se a importância do compartilhamento de informações entre Empreiteiros, Contratantes e Projetistas de diferentes empreendimentos. Em contrapartida, apesar da evolução dos métodos investigativos, não é visto no país um conjunto de diretrizes que possa orientar, de forma quantitativa, a elaboração de Planos de Investigação para a elaboração de projetos de empreendimentos em subsuperfície. Este artigo não almeja estabelecer novos parâmetros quantitativos, mas apontar a necessidade de flexibilidade quanto à programação das investigações correlacionadas à cada fase de projeto. A existência de um GBR (Geotechnical Baseline Report), atrelado ao contrato, estimula o contratante a dedicar parte dos custos de construção (de 3 a 10%, em geral) às investigações mais completas acerca das condições do maciço. do sitio de instalação do empreendimento e de suas imediações. Para prever e evitar possíveis impactos negativos decorrentes da construção de empreendimentos no subsolo, a instalação de uma campanha de instrumentação geotécnica também se faz necessária. No entanto, no Brasil, a definição de níveis de referência destes instrumentos e a metodologia de leitura carecem de uma atenção especial, principalmente em relação às tendências de deformações do maciço, levando-se em consideração todas as etapas da obra, inclusive antes do início das escavações. Ressalta-se que se faz premente a evolução nos conceitos de Investigações do Subsolo e Instrumentações Geotécnicas, relacionando–as a um banco de dados de interferências georreferenciado e consistente, de fácil acesso e que possa ser consultado pelos responsáveis dos empreendimentos estabelecidos no subsolo.

Referência:

CAMPOS, Gisleine Coelho de; IYOMASA, Wilson Shoji; ALBARELLI, Daniel Seabra Nogueira Alves; NISHIJIMA, Paula Sayuri Tanabe; SANTOS, Felipe Schaffer. Desafios para ocupação do espaço subterrâneo urbano. Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental, v.13, n. 1, p.26-36, 2023.

    Acesso ao artigo no site do Periódico:

    https://www.abge.org.br/arquivos/2%20-%20DESAFIOS%20PARA%20OCUPA%C3%87%C3%83O%20DO%20ESPA%C3%87O.pdf

    INSCREVA-se em nossa newsletter

    Receba nossas novidades em seu e-mail.

    SUBSCRIBE to our newsletter

    Receive our news in your email.

    Pular para o conteúdo