O IPT recebeu entre os dias 10 e 13 de maio o III Congresso da Sociedade de Análise de Risco Latino-Americana (SRA-LA), realizado em parceria com a Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental (ABGE). O foco do evento foi o uso da análise de riscos como ferramenta de auxílio às decisões técnicas e políticas tomadas para comunicar, atender e prevenir riscos em suas diversas formas.
O painel ‘Vulnerabilidade das cidades e populações’, apresentado no terceiro dia do congresso, contou com a participação de pesquisadores do IPT, tendo moderação de Eduardo Soares Macedo e palestra de Agostinho Tadashi Ogura, geólogos da Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais. Participaram ainda da mesa Yuri Rafael Della Giustina, diretor de assuntos fundiários urbanos e prevenção de riscos do Ministério das Cidades, e Victor Marchezini, do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres (Cemaden).
Ogura: atuação do IPT na gestão de riscos busca integração de planos e de atores
Sob o tema ‘A atuação multi-institucional na gestão de riscos nas cidades’, Ogura apresentou a abordagem do IPT no processo de elaboração de planos para áreas de risco e o trabalho específico que está sendo desenvolvido para a prefeitura de Salvador, de assessoria técnica na elaboração dos planos preventivos e de contingência de Defesa Civil. Com foco na prevenção de desastres e na redução dos riscos de deslizamentos de encostas e alagamentos na cidade, o trabalho visa não apenas ações de contenção, mas também de capacitação, conscientização comunitária e convivência com o risco.
Entre as premissas do IPT está a atuação conjunta com os diversos atores que participam da gestão de riscos, de maneira a promover uma melhor integração dos planos, a exemplo daqueles de uso e ocupação de solo e de reurbanização. “No caso de Salvador, a ideia é integrar competências do IPT, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Cemaden às necessidades imediatas da Defesa Civil de Salvador (Codesal)”, esclarece Ogura.
Nas assessorias que visam à gestão de risco, o IPT também tem se valido de plataformas de conhecimento ancoradas na tecnologia de informação, que auxiliam no controle do big data. Essas ferramentas já estão sendo utilizadas no trabalho na capital baiana e a proposta é facilitar a integração dos planos, além de permitir que informações em tempo real possam ser controladas à distância.
Dessa forma, o IPT auxiliará o município a estruturar uma cultura de prevenção de desastres baseada em metodologias de monitoramento de situações de risco. Além disso, de acordo com Ogura, “a ideia é transformar a área com soluções de concepção e pulverizar intervenções nas encostas”, intensificando ações nos lugares sujeitos a riscos.