Maior edifício do Rio Grande do Sul no túnel de vento

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Empreendimento residencial que será construído no município de Marau, em estrutura de aproximadamente 180 metros de altura, é submetido a ensaios no IPT

Uma série de ensaios de medições de pressões do vento nas fachadas e também da resposta dinâmica da edificação devido à ação do vento no futuro empreendimento da Construtora Romani, localizado na cidade de Marau (RS), está sendo realizada no túnel de vento de camada limite atmosférica do IPT. O edifício de 164 metros da Construtora Romani é o maior em construção atualmente no estado do Rio Grande do Sul – e, caso seja considerado o pináculo, ou seja, a torre sobre a cobertura, a altura chega a 184 metros.

Ensaios realizados em edificações são comumente executados no túnel de vento do IPT, e sempre são feitos obedecendo às novas tendências do mercado de construção. “Em razão da altura do empreendimento, foi necessário realizar a análise da resposta dinâmica para verificar se havia a necessidade de reforçar os pilares ou armadura metálica, para que a sua rigidez ficasse dentro dos parâmetros que garantissem a segurança estrutura e o conforto dinâmico dos moradores”, afirma o pesquisador do Laboratório de Vazão do IPT, Gilder Nader.

Em outras palavras, um projeto de ‘edifício esbelto’, que é uma das tendências da engenharia civil – este tipo de empreendimento é um caso especial em que os esforços horizontais são importantes para o dimensionamento da estrutura e chegam a ser até mais relevantes que os esforços gravitacionais, tais como aqueles provenientes do peso próprio.

O edifício se destacará na cidade de Marau, município localizado no norte do estado gaúcho onde tipicamente há casas térreas e edifícios de, no máximo, 20 pavimentos.

Para a execução dos ensaios, os pesquisadores simularam as características do vento do bairro no qual o edifício será construído. Os testes foram referenciados em função da norma NBR 6123, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estipula as condições exigíveis na consideração das forças devidas à ação estática e dinâmica do vento, para efeitos de cálculo de edificações. A rugosidade do terreno é classificada em cinco categorias pela norma.

O vento foi simulado de acordo com as características dos terrenos em torno do edifício: a rugosidade do terreno foi classificada na Categoria IV (Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizada), que é utilizada quando os edifícios ou árvores vizinhas têm uma altura média na faixa de 10 metros de altura.

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Edifício se destacará na cidade de Marau, município localizado no norte do estado gaúcho onde tipicamente há casas térreas e edifícios de, no máximo, 20 pavimentos

Com a confirmação dos resultados da simulação, os pesquisadores partiram para a montagem da maquete da torre, em escala 1:200, com modelagem volumétrica da vizinhança em um raio de 200 metros. Foram instaladas 470 tomadas de pressão, espaçadas a cada quatro pavimentos, com vários pontos de medição nas quinas e também nas partes centrais da fachada. “Dessa forma, é garantida uma melhor medição das pressões de sucção e sobrepressão nas fachadas e também para determinação da resposta dinâmica da edificação, a fim de dar aos engenheiros projetistas uma maior confiabilidade para o dimensionamento dos revestimentos, das alvenarias de vedação, das esquadrias e, sobretudo, da estrutura e das fundações”, afirma o pesquisador do IPT.

No caso da análise dinâmica do edifício sob ação do vento, realizada para o empreendimento Marau, é recomendável realizar esses estudos em edifícios esbeltos, com, pelo menos, uma relação de 10 vezes entre a largura e sua altura. Por meio das análises dinâmicas são verificadas as condições de conforto dinâmico dos ocupantes dos pavimentos mais elevados, ou seja, se a vibração do edifício irá causar desconforto aos ocupantes, e também são obtidas as forças estáticas equivalentes que, devido ao comportamento dinâmico da estrutura, essas cargas são maiores que as puramente estáticas, determinadas em ensaios convencionais.

“Ensaios em túnel de vento permitem determinar com exatidão a distribuição de pressões nas fachadas dos edifícios, com toda sua variação ao longo da fachada, e dos esforços estáticos e dos esforços estáticos equivalentes”, completa Nader. “Ou seja, os ensaios fornecem à construtora e ao projetista os resultados otimizados da ação do vento nas estruturas”.

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