A ciência é fundamental para a nossa vida em todos os âmbitos: isso não é novidade para ninguém, ou não deveria ser. Para dar mais visibilidade ao tema, a 3M promoveu na manhã de hoje, 30 de junho, em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o encontro Diálogos de Impacto, repercutindo as descobertas obtidas pelo Índice do Estado da Ciência (State of Science Index – SOSI), estudo global realizado pelo quinto ano consecutivo pela 3M que retrata como as pessoas enxergam a importância da ciência, sua relação com a sustentabilidade, preocupações com o futuro da tecnologia e as barreiras para mais diversidade na carreira científica.
Uma das principais descobertas desta edição diz respeito à crença dos brasileiros na ciência. A pesquisa mostra que 92% dos ouvidos confiam na ciência, e 90% nos cientistas, contra 86% dos ouvidos globalmente. Ainda assim, mais de um terço dos brasileiros (38%) concordam ser céticos em relação à ciência, um aumento de cinco pontos desde o ápice pandêmico em 2020, quando ocorreu uma edição adicional do estudo, e maior do que a média global, de 29%.
Foram ouvidas 17 mil pessoas de 17 países das Américas, Europa, Ásia e Oceania, a fim de conhecer as atitudes globais em relação à ciência, tornando público o que as pessoas pensam e sentem sobre os diversos temas científicos e seu real impacto no mundo. No Brasil, mil pessoas com mais de 18 anos participaram da pesquisa, que foi realizada online e presencialmente entre os meses de setembro e dezembro de 2021.
O encontro ocorreu em auditório do IPT, com a presença de convidados como o biólogo Atila Iamarino, doutor em microbiologia e pesquisador, que fez uma palestra sobre percepção pública da ciência; Claudia Echevenguá Teixeira, diretora de Inovação e Negócios do IPT; Zeina Latif, secretária de Desenvolvimento Econômico do Governo de São Paulo; Roseli de Deus Lopes, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e Paulo Gandolfi, diretor de Operações de P&D da 3M na América Latina.
“Em 2009, eu escrevi sobre a pandemia da gripe suína em meu blog e percebi que existia um ‘buraco’ entre fatos jornalísticos de uma doença, como números e estatísticas, e o conhecimento técnico científico sobre aquela doença, em temas como tratamentos e vacinas.
Quem procura a imprensa, fica sabendo dos fatos, mas não entende o que acontece por atrás daquilo, e quem procura a ciência verá o que acontece por atrás daquilo, mas sem ligação com os fatos. Daí eu percebi que poderia fazer a ponte e trazer para as pessoas os dois lados”, afirmou Iamarino.
Como o Brasil consome notícias? Iamarino mostrou os números de pesquisa realizada este ano pelo Reuters Institute Digital News Report apontando que o país consome muito mais notícias online do que em outros meios desde 2013, principalmente em redes sociais, vindo nas primeiras posições o YouTube, o Whatsapp e o Facebook. “A pesquisa indicou também que o brasileiro é muito pessoal no que consome, valorizando mais a pessoa do que o meio. Quando um determinado jornalista troca do canal em que trabalha para outro, o público o acompanha. O brasileiro quer a notícia com opinião”, completou Iamarino.
CONFIANÇA E CETECISMO – A pesquisa mostra que existe uma alta confiança na ciência, mas também um ceticismo crescente. Isso ocorre porque as indagações são distintas, questionando aos entrevistados o quanto eles concordam/discordam com as afirmações ‘eu confio na ciência’ e ‘eu sou cético em relação à ciência’. Neste contexto, confiança e ceticismo não são questionados como inversos um do outro, nem devem ser interpretados como tal.
“O que está por trás desta contradição? Ficamos inicialmente sem entender o que isso queria dizer, e vimos que eram perguntas diferentes. A ciência é importante para a vida das pessoas, elas sabem disso, mas estão muito céticas – em parte, por estarem sendo ‘bombardeadas’ com desinformação nas redes sociais”, afirmou Gandolfi.
Para saber mais sobre a pesquisa que motivou este encontro, acesse o Blog de Curiosidades da 3M. A página traz os principais recortes obtidos no Brasil e sua comparação com a média dos países latino-americanos que também foram ouvidos.