Revitalização da igreja

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Atualizado em 05 de novembro de 2021

O atual prédio da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Bragança Paulista, começou a ser erguido em 1929 para substituir a primeira capela (construída em 1821) que se encontrava em condições precárias. A nova igreja foi projetada pelo renomado arquiteto da época, Amador Cintra do Prado, e os trabalhos foram entregues ao construtor Francisco Rodrigues de Gouvêa. Em maio de 1931, no templo ainda sem cobertura, foi celebrada a primeira missa, e a inauguração oficial aconteceu em setembro de 1932.

A igreja iniciou este ano um processo de revitalização de suas instalações e o Laboratório de Materiais de Produtos de Construção do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) prestará apoio tecnológico para a restauração da fachada externa da edificação. As reformas foram autorizadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Bragança Paulista, o Condephac, já que a igreja foi tombada em dezembro de 2000.
 
“A preservação e a valorização cultural de monumentos e edificações históricas são impossibilitadas quando não são conhecidos os detalhes construtivos e os materiais empregados na construção. Na maioria dos casos tal conhecimento somente é possível com a caracterização detalhada dos materiais, que pode incluir a inspeção tátil-visual, testes no local e ensaios e análises laboratoriais em amostras selecionadas”, explica o pesquisador Alexandre Cordeiro dos Santos. 

Agregando-se dados de investigação e análise histórica da edificação ou monumento, obtêm-se informações fundamentais para o entendimento de causas e dos processos de deterioração e para a seleção de técnicas e materiais para preservação e restauro, assim como programas de manutenção periódica. “O restauro não pode ser feito de maneira aleatória, com qualquer tipo de argamassa ou sistema de pintura, o que poderia deteriorar ainda mais o entorno. É daí que vem a necessidade de realizar primeiramente uma caracterização”, completa ele.

APOIO TECNOLÓGICO – A igreja contratou o IPT para executar um levantamento das condições atuais das argamassas de revestimento do entorno da igreja e desenvolver um plano de recuperação para resgatar a memória histórica do prédio. 

Uma das grandes preocupações da igreja é o desplacamento nos revestimentos: o sistema é constituído por tijolos de barro e pela argamassa aderida na superfície. Quando ocorre a entrada de umidade na edificação, a interface entre tijolos e argamassa enfraquece e acontece o desplacamento, que acelera o processo de degradação do patrimônio histórico e pode causar acidentes nos fiéis que frequentam a igreja e também em transeuntes.

O trabalho do IPT envolve o uso de ferramentas tecnológicas como um drone com câmera termográfica para serem identificadas as manifestações patológicas na parte externa da igreja, inclusive nas partes mais altas, e a coleta de amostras para caracterização das argamassas. “Posteriormente, iremos desenvolver em laboratório um traço, que é a composição da argamassa a ser usada nas regiões que precisam ser restauradas, ou seja, a indicação da quantidade de materiais que constituem a argamassa produzida a partir de cimento, como o concreto, alvenaria, reboco, o chapisco e o emboço”, explica o pesquisador Osmar Hamilton Becere.



Após a execução da caracterização, completa Becere, a equipe do IPT irá auxiliar na execução das obras propriamente ditas, como a identificação de materiais na redondeza que tenham características similares aos usados na construção da igreja, como o agregado miúdo (areia) e o cimento mais adequados à esta realidade da edificação – isso será possível a partir das informações obtidas nos ensaios laboratoriais.

“Para terminar, iremos acompanhar as equipes responsáveis pelo restauro em atividades como a aplicação de argamassa e o acabamento final, pois é fundamental que os profissionais que desempenham o papel direto durante a execução sejam capacitados”, afirma ele.



 
 

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