Ponte Pênsil liberada

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(Com informações do Portal do Governo do Estado de São Paulo)

O tráfego de veículos e pedestres pela Ponte Pênsil, em São Vicente, foi liberado nesta sexta-feira, 30 de outubro, pelo governador Geraldo Alckmin. Com essa liberação, a ligação entre São Vicente e Praia Grande ou Litoral Sul será realizada de forma mais rápida, diminuindo o tempo de percurso dos habitantes da região. Antes, o acesso entre os municípios era realizado pela Ponte do Mar Pequeno durante o período de obras.

"Estamos abrindo ao tráfego a Ponte Pênsil, uma obra de grande valor para a engenharia brasileira. Esta é a primeira ponte pênsil do País. Quando ela foi projetada, nem concreto armado tinha. Tem um grande significado para São Vicente, para a Baixada Santista e para todo o Brasil”, disse o governador.
Inauguração da ponte contou com a presença de autoridades e equipe técnica responsável pela reforma - na foto, o pesquisador do IPT, Ivanisio de Lima Oliveira (terceiro, da esq. para dir), e à sua esquerda o secretário de Logística e Transportes, Duarte Nogueira, o governador Geraldo Alckmin e o secretário de Desenvolvimento Marcio França. Crédito foto: Francisco Silva
Inauguração da ponte contou com a presença de autoridades e equipe técnica responsável pela reforma – na foto, o pesquisador do IPT, Ivanisio de Lima Oliveira (terceiro, da esq. para dir), e à sua esquerda o secretário de Logística e Transportes, Duarte Nogueira, o governador Geraldo Alckmin e o secretário de Desenvolvimento Marcio França. Crédito foto: Francisco Silva
As obras de melhorias e reforma da Ponte Pênsil contaram com a supervisão do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão vinculado à Secretaria de Logística e Transportes. O investimento nas intervenções foi de R$ 33,1 milhões, do Governo do Estado.

Pela primeira vez, desde sua construção em 1914, a Ponte Pênsil teve seus 16 cabos de sustentação, que totalizam 256 metros de extensão, trocados. Por conta da redução do coeficiente de segurança dos cabos de aço originais causada pela corrosão dos fios, a Seção de Engenharia de Estruturas do IPT havia recomendado em 2011 a sua troca – na verdade, o Instituto participa da conservação da ponte desde 1936. A partir de um projeto elaborado pela Engeti, a empresa Concrejato, com o apoio tecnológico do IPT, executou a recuperação da ponte e realizou na quarta-feira, 28 de outubro, a prova de carga da estrutura.

Equipamentos para monitoramento das deformações nos elementos metálicos durante a prova de carga realizada na ponte...
Equipamentos para monitoramento das deformações nos elementos metálicos durante a prova de carga realizada na ponte…
Um dos testes mais eficientes para verificar a segurança de uma estrutura concluída, a prova de carga é, segundo a NBR-9607 (1986), “um conjunto de atividades destinadas a analisar o desempenho de uma estrutura através da medição e controle de efeitos causados pela aplicação de ações externas de intensidade e natureza previamente estabelecidas” a fim de avaliar a idoneidade dos materiais de construção, a utilização ou até mesmo uma nova utilização da estrutura. A partir de uma conversa entre o projetista da obra e a equipe técnica do IPT, foi estipulado que uma prova de carga de utilização seria feita, ou seja, uma simulação das cargas a que a estrutura seria solicitada durante a sua vida útil com as passagens de veículos e pedestres.

“Nosso trabalho teve como objetivo testar a nova construção e assegurar a segurança da estrutura e dos seus usuários. Esta foi uma obra inédita no Brasil, pois nunca havia sido feita uma troca de cabos de aço em qualquer tipo de ponte”, explica o pesquisador Diego Lapolli Bressan. Sete veículos para realizar a prova de carga foram disponibilizados, dos quais três foram caminhões cedidos pelo Corpo de Bombeiros e quatro caminhões basculantes carregados, em um peso total que chegou a cerca de 210 toneladas. “Primeiramente, cada um dos três carros do Corpo de Bombeiros acessou a ponte a fim de verificar o comportamento da obra; em seguida, cada um dos quatro caminhões basculantes ocupou a estrutura, sempre monitorando deformações dos elementos metálicos e das flechas no meio do vão da ponte, assim como inclinações das torres de concreto”, completa ele.

...torres de concreto e blocos de ancoragem dos cabos de suspensão...
…torres de concreto e blocos de ancoragem dos cabos de suspensão…
A ponte tem 180 metros de comprimento, e os sete caminhões juntos ocuparam cerca de 50 metros do total – nesse caso, as equipes optaram pela concentração dos veículos no meio do vão, que é o ponto mais crítico e de maior geração de esforços e deformações na obra. Para o monitoramento durante a prova de carga e avaliação de desempenho, as equipes instalaram 51 sensores no total, distribuídos pelos pendurais, pelo tabuleiro metálico e na ancoragem dos cabos de aço junto aos blocos de concreto. “Além disso, a ponte tem quatro torres de concreto e instalamos sensores para medir a sua inclinação durante a prova de carga, assim como acelerômetros”, afirma o pesquisador.

DIA A DIA DA OBRA – Para a troca dos cabos de suspensão da ponte, foi necessária a construção de estrutura auxiliar com a finalidade de sustentação de todo o peso do tabuleiro metálico. Desta forma procedeu-se com a construção e instalação de estrutura provisória, constituída por torres metálicas, cabos de aço de suspensão e blocos de ancoragem. Após estas atividades, foram feitos o corte e a remoção dos cabos de suspensão originais e a instalação de novos cabos de suspensão.

...e caminhões de bombeiros e basculantes posicionados no meio do vão durante a realização de prova de carga.
…e caminhões de bombeiros e basculantes posicionados no meio do vão durante a realização de prova de carga.
Além do apoio tecnológico dado pelo IPT na troca dos cabos de aço de suspensão, o Instituto auxiliou, por meio de ensaios em seus laboratórios, na troca da antiga pista de rolamento da obra, que era constituída de madeira, e hoje se encontra com material reciclável. O IPT auxiliou também na definição da pintura a ser utilizada nos elementos metálicos da obra.

Após a transferência do peso da ponte para os cabos definitivos e a remoção da estrutura provisória, finalmente foi executada a prova de carga. “Durante toda a reforma, a ponte foi monitorada por meio de topografia e instrumentação instalada nas torres e em outros elementos, por meio de dispositivos eletrônicos que permitiram o acompanhamento tanto no canteiro de obras quanto na sede do IPT”, finaliza o pesquisador Ivanisio de Lima Oliveira.

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