O IPT trabalha de maneira sistemática desde 2007 na região Oeste do estado de São Paulo em busca de novas jazidas de argila para abastecer as indústrias cerâmicas da região. Um dos municípios cobertos recentemente por um levantamento prospectivo foi Teodoro Sampaio, que contratou o Instituto por meio do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios, o Patem.
Contando com uma grande concentração de empresas produtoras de blocos, lajes e telhas, o suprimento de matérias-primas do parque cerâmico foi afetado nas décadas de 1980 e 1990 pela construção de reservatórios das usinas hidrelétricas na região. O enchimento de lagos inundou as jazidas de argila tradicionalmente lavradas pelos ceramistas, o que inviabilizou seu uso.
No caso de Teodoro Sampaio, a barragem da Usina Hidrelétrica de Rosana represou o rio Paranapanema. A partir de então, o abastecimento das cerâmicas passou a ser realizado por meio de estoques edificados com o apoio da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), mas que se encontram atualmente em vias de exaustão, colocando em risco a continuidade da atividade econômica na região. É nesse ponto que o IPT entrou em cena com o objetivo de identificar novas jazidas fora das áreas inundadas.
Inicialmente fazendo uso de cartas geológicas e de análises de imagens de satélites e fotografias aéreas, os pesquisadores do IPT fizeram uma seleção de áreas potenciais para a ocorrência de depósitos de argila. Em seguida, foi realizada uma pesquisa sistemática de campo, por meio de sondagem e de perfurações dos locais pré-selecionados. No total, foram realizados 70 furos que atingiram até seis metros de profundidade, nível em que se concentram as camadas argilosas economicamente lavráveis. As áreas avaliadas situam-se em faixa marginal ao rio Paranapanema, nas vizinhanças da cidade e próximas às empresas cerâmicas.
“Após os trabalhos de campo, as informações obtidas nas sondagens foram tratadas no IPT em softwares específicos para a modelagem da distribuição espacial dos bolsões de minério de argila, permitindo uma visão tridimensional da jazida e o dimensionamento das reservas”, afirma o pesquisador Marsis Cabral Junior, da Seção de Recursos Minerais e Tecnologia Cerâmica do Instituto.
Para a avaliação da qualidade dos materiais para uso como matéria-prima cerâmica, os pesquisadores realizaram ensaios nos laboratórios do IPT. O material coletado foi homogeneizado, cominuído (fragmentado) e moldado em barras, sendo direcionado à queima em diferentes temperaturas. Nos corpos de prova secos e queimados, foi feito um conjunto de determinações, caracterizando-se as propriedades físicas de desempenho, como resistência mecânica, contração linear, porosidade e absorção de água.
“Na área em que o IPT desenvolveu os estudos, foram dimensionados cerca de 3,5 milhões de metros cúbicos de argila, o que corresponde a cerca de seis milhões de toneladas e uma espessura média de 1,4 metro. Considerando o consumo atual das indústrias cerâmicas na região, esse volume seria suficiente para pelo menos 50 anos”, completa o pesquisador Pedro Rabello Crisma.
O estudo forneceu ainda orientações aos empreendedores sobre os encaminhamentos técnico-legais para a regularização da lavra de argila, envolvendo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério das Minas e Energia responsável pela concessão dos títulos minerários, e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), para a obtenção do licença ambiental.
Atualmente, as empresas lidam com um empecilho para a regularização da lavra. A área de jazida fica em um corredor ecológico entre um parque estadual, ao sul da cidade, e uma área de mata, ao norte.
“Do ponto de vista de acesso existem alguns problemas ambientais que deverão se superados para obter a licença ambiental. A área faz parte de um corredor ecológico que foi recentemente instituído e, tendo em vista o interesse do município na continuidade da atividade econômica na região, a prefeitura tem coordenado as tratativas junto aos principais atores que interagem nesta questão, como os órgãos ambientais, o Ministério Público, a Duke Energy, que é a concessionária em Rosana, e os empresários, no sentido de viabilizar a lavra de argila”, acrescenta Marsis. Com base nas informações geradas pelo IPT, o setor está tentando a liberação de pelo menos uma parte das reservas para a continuidade das atividades por um período de 15 a 20 anos.
Contando com uma grande concentração de empresas produtoras de blocos, lajes e telhas, o suprimento de matérias-primas do parque cerâmico foi afetado nas décadas de 1980 e 1990 pela construção de reservatórios das usinas hidrelétricas na região. O enchimento de lagos inundou as jazidas de argila tradicionalmente lavradas pelos ceramistas, o que inviabilizou seu uso.
No caso de Teodoro Sampaio, a barragem da Usina Hidrelétrica de Rosana represou o rio Paranapanema. A partir de então, o abastecimento das cerâmicas passou a ser realizado por meio de estoques edificados com o apoio da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), mas que se encontram atualmente em vias de exaustão, colocando em risco a continuidade da atividade econômica na região. É nesse ponto que o IPT entrou em cena com o objetivo de identificar novas jazidas fora das áreas inundadas.
Inicialmente fazendo uso de cartas geológicas e de análises de imagens de satélites e fotografias aéreas, os pesquisadores do IPT fizeram uma seleção de áreas potenciais para a ocorrência de depósitos de argila. Em seguida, foi realizada uma pesquisa sistemática de campo, por meio de sondagem e de perfurações dos locais pré-selecionados. No total, foram realizados 70 furos que atingiram até seis metros de profundidade, nível em que se concentram as camadas argilosas economicamente lavráveis. As áreas avaliadas situam-se em faixa marginal ao rio Paranapanema, nas vizinhanças da cidade e próximas às empresas cerâmicas.
“Após os trabalhos de campo, as informações obtidas nas sondagens foram tratadas no IPT em softwares específicos para a modelagem da distribuição espacial dos bolsões de minério de argila, permitindo uma visão tridimensional da jazida e o dimensionamento das reservas”, afirma o pesquisador Marsis Cabral Junior, da Seção de Recursos Minerais e Tecnologia Cerâmica do Instituto.
Para a avaliação da qualidade dos materiais para uso como matéria-prima cerâmica, os pesquisadores realizaram ensaios nos laboratórios do IPT. O material coletado foi homogeneizado, cominuído (fragmentado) e moldado em barras, sendo direcionado à queima em diferentes temperaturas. Nos corpos de prova secos e queimados, foi feito um conjunto de determinações, caracterizando-se as propriedades físicas de desempenho, como resistência mecânica, contração linear, porosidade e absorção de água.
“Na área em que o IPT desenvolveu os estudos, foram dimensionados cerca de 3,5 milhões de metros cúbicos de argila, o que corresponde a cerca de seis milhões de toneladas e uma espessura média de 1,4 metro. Considerando o consumo atual das indústrias cerâmicas na região, esse volume seria suficiente para pelo menos 50 anos”, completa o pesquisador Pedro Rabello Crisma.
O estudo forneceu ainda orientações aos empreendedores sobre os encaminhamentos técnico-legais para a regularização da lavra de argila, envolvendo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão do Ministério das Minas e Energia responsável pela concessão dos títulos minerários, e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), para a obtenção do licença ambiental.
Atualmente, as empresas lidam com um empecilho para a regularização da lavra. A área de jazida fica em um corredor ecológico entre um parque estadual, ao sul da cidade, e uma área de mata, ao norte.
“Do ponto de vista de acesso existem alguns problemas ambientais que deverão se superados para obter a licença ambiental. A área faz parte de um corredor ecológico que foi recentemente instituído e, tendo em vista o interesse do município na continuidade da atividade econômica na região, a prefeitura tem coordenado as tratativas junto aos principais atores que interagem nesta questão, como os órgãos ambientais, o Ministério Público, a Duke Energy, que é a concessionária em Rosana, e os empresários, no sentido de viabilizar a lavra de argila”, acrescenta Marsis. Com base nas informações geradas pelo IPT, o setor está tentando a liberação de pelo menos uma parte das reservas para a continuidade das atividades por um período de 15 a 20 anos.