Memória da arqueometalurgia

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O diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, realizou visita técnica no mês de dezembro ao Museu Nacional no Rio de Janeiro. O objetivo foi buscar objetos produzidos na antiga Fábrica de Ferro Ipanema, localizada na cidade de Iperó, no interior paulista. “Descobriu-se recentemente que esses objetos foram doados ao imperador D. Pedro II, estando sob a guarda do Museu Nacional que, por sua vez, abriu a possibilidade de retirarmos fragmentos das peças para realizar análises arqueometalúrgicas com recursos laboratoriais sofisticados".

Landgraf integra um grupo de estudos da Escola Politécnica da USP que se dedica às origens da indústria metalúrgica no Brasil.
Antigos fornos de fabricação de ferro da Fábrica Ipanema - Crédito foto: Departamento de Comunicação e Relações Públicas da Prefeitura de Iperó
Antigos fornos de fabricação de ferro da Fábrica Ipanema – Crédito foto: Departamento de Comunicação e Relações Públicas da Prefeitura de Iperó
“Estudamos a tecnologia usada em Ipanema para fabricação de ferro em meados do século XIX. Colocamos em xeque uma visão generalizada segundo a qual Ipanema teria sido um fracasso e a explicação é que o minério local seria um material problemático. Nosso grupo de estudos não considera fracasso a experiência de Ipanema mas, ao contrário, que ela é da maior relevância para a metalurgia brasileira, tanto na produção de ferro forjado quanto fundido, pois atendeu as necessidades do mercado nacional à época. Foi o maior esforço do governo brasileiro para a produção de ferro e esteve em atividade de 1810 a 1925”.

Segundo Landgraf, os fragmentos coletados no Museu Nacional abrem a oportunidade de avaliar a hipótese de que o minério brasileiro seria problemático, produzindo um aço de baixa qualidade que redundaria no fracasso da planta de Ipanema. “Com tecnologia moderna poderemos lançar outro olhar ao material que constitui aqueles objetos, em busca da comprovação que reveja, ou não, a sua fragilidade original. Contamos com recursos do CNPq para ter o apoio laboratorial do IPT na realização das análises microestruturais das amostras”.

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