No penúltimo domingo do mês de outubro, dia 23, faleceu em São Paulo aos 67 anos Luiz Carlos Martins Bonilha. O engenheiro civil foi diretor-superintendente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) entre junho de 1989 e julho de 1991, cargo que ocupou com a disposição de imprimir uma nova linha de ação e conduta ao posto executivo mais importante da instituição.
Bonilha procurou em sua gestão uma reorientação das atividades do IPT que, para ele, deveriam estar concentradas no setor industrial, e afirmou logo após a sua posse: “Não esperem de mim atos heróicos; quero que me julguem pelas minhas realizações, não pelos meus discursos”. A diretoria executiva do IPT manifesta solidariedade à família em nome de toda a comunidade ipeteana.
Bonilha nasceu em São Paulo em 21 de junho de 1944, filho de Benedito Martins Bonilha e Sunilda Irma Chimondegue. Graduado pela Faculdade de Engenharia da USP em São Carlos em 1970, Bonilha ingressou no IPT em 1971 como estagiário e, no ano seguinte, começou a trabalhar na então Divisão de Engenharia Civil. Em 1982, foi escolhido como diretor da Divisão de Edificações do Instituto.
Em um curto período, entre julho de 1985 e maio de 1987, deixou o IPT para trabalhar como diretor de planejamento e controle na Secretaria do Interior do Estado de São Paulo e posteriormente como superintendente da Fundação Faria Lima. Retornou ao Instituto como diretor técnico indicado pelo então diretor-superintendente Henrique Silveira de Almeida em 1987, e dois anos depois, assumiu o cargo de diretor-superintendente.
Em seus dois anos de mandato, as principais realizações de Bonilha foram a criação do Centro de Análise Expeditas do IPT, para entrega de resultados à indústria em até 24 horas, e o prosseguimento às relações com o Japão por meio da Japan International Cooperation Agency, a Jica, para obtenção de recursos materiais e humanos e um contrato pioneiro de transferência de tecnologia nas áreas de cerâmicas finas e metalurgia.
INDÚSTRIA NACIONAL – Enquanto o setor de obras do IPT detinha na época uma capacitação técnica já estabelecida, com uma área civil bastante forte, Bonilha chamava a atenção para a fase de pré-sucateamento e perda de potencial de competição no exterior do setor industrial no Brasil, que poderiam contar com o auxílio do Instituto. “Para a indústria brasileira há dois tipos de solução: a primeira é comprar tecnologia no exterior e a outra é investir em pesquisa tecnológica no País. Tenho certeza de que a segunda alternativa é melhor, e é neste ponto que o IPT deve concentrar esforços”, afirmou logo após a sua posse.
Sobre as diferenças entre pesquisas científicas e tecnológicas, Bonilha colocava a discussão do tema e a participação do IPT com argumentos referentes à prestação de serviços. Para ele, a pesquisa científica era de responsabilidade da universidade e a tecnológica estava ligada necessariamente à rentabilidade do resultado empresarial: “Se há venda do trabalho do Instituto, é porque ele foi bem aceito, pois ninguém compra o que não tem utilidade”.
DEPOIMENTO – A pesquisadora Ros Mari Zenha, do Centro Tecnológico do Ambiente Construído, trabalhou com o engenheiro Bonilha e relembra o seu interesse pelas construções de edifícios habitacionais: “Ele foi um entusiasta dos primeiros trabalhos que o IPT realizou sobre avaliação pós-ocupação em conjuntos habitacionais de interesse social, de projetos sobre alternativas habitacionais para a população de baixa renda na cidade de São Paulo e sobre a participação do usuário na produção de moradias, antecipando linhas de investigação desenvolvidas para o Departamento de Pesquisas Aplicadas do então BNH, o Banco Nacional de Habitação”.
Bonilha nasceu em São Paulo em 21 de junho de 1944, filho de Benedito Martins Bonilha e Sunilda Irma Chimondegue. Graduado pela Faculdade de Engenharia da USP em São Carlos em 1970, Bonilha ingressou no IPT em 1971 como estagiário e, no ano seguinte, começou a trabalhar na então Divisão de Engenharia Civil. Em 1982, foi escolhido como diretor da Divisão de Edificações do Instituto.
Em um curto período, entre julho de 1985 e maio de 1987, deixou o IPT para trabalhar como diretor de planejamento e controle na Secretaria do Interior do Estado de São Paulo e posteriormente como superintendente da Fundação Faria Lima. Retornou ao Instituto como diretor técnico indicado pelo então diretor-superintendente Henrique Silveira de Almeida em 1987, e dois anos depois, assumiu o cargo de diretor-superintendente.
Em seus dois anos de mandato, as principais realizações de Bonilha foram a criação do Centro de Análise Expeditas do IPT, para entrega de resultados à indústria em até 24 horas, e o prosseguimento às relações com o Japão por meio da Japan International Cooperation Agency, a Jica, para obtenção de recursos materiais e humanos e um contrato pioneiro de transferência de tecnologia nas áreas de cerâmicas finas e metalurgia.
INDÚSTRIA NACIONAL – Enquanto o setor de obras do IPT detinha na época uma capacitação técnica já estabelecida, com uma área civil bastante forte, Bonilha chamava a atenção para a fase de pré-sucateamento e perda de potencial de competição no exterior do setor industrial no Brasil, que poderiam contar com o auxílio do Instituto. “Para a indústria brasileira há dois tipos de solução: a primeira é comprar tecnologia no exterior e a outra é investir em pesquisa tecnológica no País. Tenho certeza de que a segunda alternativa é melhor, e é neste ponto que o IPT deve concentrar esforços”, afirmou logo após a sua posse.
Sobre as diferenças entre pesquisas científicas e tecnológicas, Bonilha colocava a discussão do tema e a participação do IPT com argumentos referentes à prestação de serviços. Para ele, a pesquisa científica era de responsabilidade da universidade e a tecnológica estava ligada necessariamente à rentabilidade do resultado empresarial: “Se há venda do trabalho do Instituto, é porque ele foi bem aceito, pois ninguém compra o que não tem utilidade”.
DEPOIMENTO – A pesquisadora Ros Mari Zenha, do Centro Tecnológico do Ambiente Construído, trabalhou com o engenheiro Bonilha e relembra o seu interesse pelas construções de edifícios habitacionais: “Ele foi um entusiasta dos primeiros trabalhos que o IPT realizou sobre avaliação pós-ocupação em conjuntos habitacionais de interesse social, de projetos sobre alternativas habitacionais para a população de baixa renda na cidade de São Paulo e sobre a participação do usuário na produção de moradias, antecipando linhas de investigação desenvolvidas para o Departamento de Pesquisas Aplicadas do então BNH, o Banco Nacional de Habitação”.