Polo cerâmico em SP

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A primeira reunião de apresentação do escopo e das atividades técnicas para a formulação do “Plano Diretor de Mineração (PDMin) para os territórios municipais de Cordeirópolis, Ipeúna, Iracemápolis, Rio Claro e Santa Gertrudes, no Âmbito da Abrangência do Polo Minero-Cerâmico de Santa Gertrudes” foi realizada na manhã de quinta-feira, 1 de setembro, na sede da Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento, a Aspacer. “O projeto é inovador porque envolve a elaboração do primeiro plano diretor de mineração a ser instituído no País”, afirma Marsis Cabral Junior, pesquisador da Seção de Recursos Minerais e Tecnologia Cerâmica do IPT.

Os estudos serão executados por equipe técnica do Centro de Tecnologia de Obras de Infraestrutura do IPT, o CT-Obras, e têm previsão de conclusão em meados de junho de 2012. Segundo o pesquisador, com base em dados da Aspacer, a produção do Polo de Santa Gertrudes para a indústria de revestimento, particularmente pisos, é disparada a maior do Brasil e das Américas: “São mais de 40 empresas do ramo cerâmico, respondendo por 85% da produção paulista, hoje da ordem de 500 milhões de metros quadrados por ano, e 60% da nacional.”
Plano diretor de mineração incluirá cinco municípios do Polo de Santa Gertrudes - na foto, planta da Cerâmica Carmelo Fior, localizada em Cordeirópolis
Plano diretor de mineração incluirá cinco municípios do Polo de Santa Gertrudes – na foto, planta da Cerâmica Carmelo Fior, localizada em Cordeirópolis

Embora Itália e Espanha mantenham-se na liderança tecnológica do setor, em escala internacional, a crise iniciada em 2008 derrubou a produção e o Brasil ganhou posições, crescendo em função do mercado interno que manteve a demanda em nível elevado. Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor e consumidor mundial de revestimentos, perdendo apenas para o mercado chinês. “A cada ano são consumidas na região cerca de 8,5 milhões de toneladas de argila, matéria-prima empregada na produção dos revestimentos, supridas por umas 20 mineradoras”, afirma Cabral Jr.

O projeto está orçado em aproximadamente R$ 390 mil, dos quais 85% dos recursos serão provenientes do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios, o Patem, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, e o restante de investimento será cotizado pelos integrantes do pólo regional. Os estudos envolvem uma coalizão inédita entre as peças-chave que atuam no pólo, como o setor empresarial, as prefeituras e os órgãos gestores, e entidades como o IPT e a Universidade Estadual Paulista (Unesp-Rio Claro). “Como a instituição coordenadora e executora dos estudos, o IPT enfrentará este desafio com a expectativa de que os resultados do projeto sejam implantados pelos órgãos públicos envolvidos e tragam resultados para toda a região”, acrescenta Cabral Jr.

QUALIDADE – Pisos são produzidos no mundo todo a partir de misturas de até oito matérias-primas como argilas, caulim, feldspato, carbonatos e talco. É necessário homogeneizar esse material visando à qualidade do produto final, explica o pesquisador. O processo inclui a moagem da matéria-prima a úmido e, posteriormente, a secagem. Os dois processos demandam alto consumo de energia e aqui está a grande vantagem das rochas argilosas do Polo de Santa Gertrudes.

A qualidade das argilas da região permite a fabricação do piso com apenas um tipo de matéria prima, que é moída a seco, afirma o pesquisador, dispensando o processo a úmido e a secagem, com a consequente diminuição do consumo energético e dos custos de produção. “Nosso objetivo é, a partir de parâmetros técnicos, econômicos e ambientais, formular um plano de ordenamento territorial que possibilite a garantia do suprimento do parque cerâmico em bases sustentáveis, isto é, conciliando o desenvolvimento do setor mínero-cerâmico com as demais atividades e vocações econômicas da região e com a qualidade do meio ambiente”.

Crédito foto: Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer)

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