Com o intuito de acompanhar de perto a rotina do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), de Portugal, a pesquisadora Priscila Menezes, do Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC) do IPT, realizou, de setembro de 2009 a abril de 2010, estágio que tratou de estudos microestruturais de argamassas em monumentos históricos, agregados e concretos.
Participante do Programa de Desenvolvimento e Capacitação no Exterior (PDCE), do IPT, Priscila viajou em busca de aprimoramento técnico e trouxe para o Estado de São Paulo os mais avançados conhecimentos tecnológicos da área. “Meus principais objetivos consistiram no aperfeiçoamento das observações microestruturais, utilizando microscopia ótica e eletrônica de materiais de construção de diversas origens e idades, complementadas com análises químicas e mineralógicas por difratometria de raios X”, afirma.
Inserida em um núcleo que trata de materiais metálicos, concretos e argamassa, a pesquisadora resgatou a visão portuguesa de multidisciplinaridade e a intenção de formar redes de conhecimento com outros centros do IPT. “Meu estágio se dividiu em duas vertentes: patologia de concreto endurecido e argamassas históricas. Avaliamos as características microestruturais por microscopia ótica e eletrônica de varredura, de agregados portugueses e angolanos e analisamos fortificações e edificações antigas desde o séc. I ao séc. XVII. Um trabalho que poderá ser aplicado imediatamente no IPT já que detemos boa parte da infraestrutura necessária, principalmente com a inserção do LMCC no programa de modernização do IPT. O conhecimento obtido auxiliará na conscientização da necessidade de estudos de preservação do patrimônio construído, uma vez que no Brasil estes estudos ainda são escassos”, afirma Priscila.
O LNEC é considerado um laboratório de excelência e referência para a comunidade europeia e África em construção civil, pois integra química, microestrutura, deformação de concreto e revestimentos em um só laboratório. “Podemos dizer que são um modelo para a nova fase de infraestrutura e reagrupamento do LMCC”, disse. Além do LNEC, a pesquisadora iniciou trabalhos em cooperação com a Universidade de Évora. “O estágio proporcionou o contato com pesquisadores da área de restauração e desenvolvimento de novas argamassas de consolidação à base de nanocal e metacaulim (produto elaborado para alcançar a máxima reatividade e desempenho com cimentos), além de estudos de adições em concretos com vistas à durabilidade dos materiais de construção civil”.