O Governo do Estado de São Paulo lançou nesta segunda-feira, dia 5, um moderno sistema de controle de provas periciais por radiofrequência. A iniciativa permitirá o rastreamento de todas as provas colhidas pela polícia paulista: elas serão monitoradas por meio de etiquetas eletrônicas com chips, que serão detectadas em portais instalados no Instituto de Criminalística de São Paulo e em coletores móveis. A avançada tecnologia trará mais agilidade ao trabalho pericial na emissão de laudos, além de mais segurança e controle no armazenamento das provas.
O desenvolvimento desta tecnologia contou com a parceria do Instituto de Pesquisas Teconológicas (IPT), da Motorola do Brasil e da Polícia Técnico-Científica, órgão ligado à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. A Motorola foi responsável pela cessão dos equipamentos e o Centro de Tecnologia da Informação, Automação e Mobilidade, o CIAM do IPT, foi o responsável pela sua integração, ou seja, executou a montagem de forma produtiva e elaborou um software de controle, instalando-os no Núcleo de Identificação Criminal (NIC) do Instituto e testando a solução.
O Sistema de Custódia de Provas Periciais, como é conhecido o projeto, utiliza a tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) e baseia-se na comunicação entre equipamentos (leitores e antenas) e etiquetas (tags) por meio de sinais de rádio. “Além de proporcionar o rastreamento, o sistema viabiliza a consolidação de um histórico de cada prova, o que é de suma importância nas investigações”, afirma o diretor-presidente do IPT, João Fernando Gomes de Oliveira.
O projeto-piloto instalado no NIC conta com três portais, cada um instalado em um ambiente com controle de segurança diferente, e será usado para a identificação de mídias que contenham imagens ou sons relacionados ao local do crime. “Com a implantação do sistema, será possível saber a localização das provas a qualquer momento e também sob a responsabilidade de qual profissional elas estão”, afirma Orlando Ruiz, assistente-técnico da Superintendência da Polícia Técnico-Científica e gestor do projeto, lembrando que outros sistemas informatizados foram testados, mas que faltava um vínculo com as provas. “Precisávamos colocar algo ‘ligado’ nelas para evitar os extravios”, explica Ruiz.
“É importante investir nesta área para não ficarmos sem os resultados de um acidente ou crime”, afirmou o governador de São Paulo, Alberto Goldman. “Não adianta irmos à cena do crime e obtermos informações, além da disponibilidade do Poder Judiciário, se não tivermos em mãos os elementos técnico-científicos. Assim, para resolver a questão da impunidade no país, não basta apenas exigir o funcionamento correto do Judiciário, mas sim fornecer os elementos para ele poder decidir, com provas claras, bem-colhidas e periciadas”, conclui o governador.
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