Resistente, mas suave

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O amido utilizado na suspensão de fibras celulósicas que dá origem às folhas de papéis está em estudos no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O projeto do Laboratório de Papel e Celulose tem como principal objetivo avaliar a resistência obtida em papéis manuais confeccionados em laboratório sob controle das condições com a adição do polissacarídeo, que é extraído principalmente do milho e da mandioca. A escolha do amido para o estudo levou em conta a relação custo-benefício favorável para as indústrias pela sua presença em abundância na natureza e facilidade de manuseio (em comparação a outras substâncias destinadas a aumentar a resistência dos papéis) e também por tratar-se de um polímero de origem natural e biodegradável.

O amido pode tanto fazer parte da fabricação de papéis destinados à impressão/escrita quanto ser adicionado a papéis do tipo tissue, como o higiênico e os lenços descartáveis, para aumentar a resistência mecânica do produto acabado. “No entanto, estes dois segmentos de papéis têm propriedades especiais diferentes”, explica a engenheira química Deusanilde de Jesus Silva. “O papel destinado à impressão precisa ser resistente para evitar o rompimento das folhas quando submetido às forças de tração em uma impressora, por exemplo; já o papel higiênico deve resistir à umidade, para não desmanchar durante o uso, e sua estrutura precisa dar a sensação de maciez”.

O amido tem a capacidade de unir as fibras de celulose e tornar a estrutura do papel mais rígida e compacta, mas o seu uso traz como resultado a diminuição da maciez. “Com a adição do polissacarídeo, essas duas propriedades – resistência e maciez – tornam-se antagônicas. Estamos estudando formas de uso do amido para melhor adaptar essas duas propriedades em papéis para fins sanitários”, completa ela. As amostras de amido avaliadas são aquelas encontradas comumente no mercado.

Para relacionar as propriedades do papel com a quantidade adicionada de amido, Deusanilde está trabalhando em conjunto com a química Marcia Barreto Cardoso, do Laboratório de Papel e Celulose. As duas pesquisadoras estão estudando as características químicas do amido e as propriedades físico-mecânicas e ópticas do papel e, em seguida, analisam a interação do polissacarídeo com as fibras de celulose. Os ensaios em execução utilizam equipamentos tanto do Laboratório de Papel e Celulose quanto do Centro de Metrologia em Química (CMQ) do IPT, assim como imagens são geradas nos novos microscópios eletrônicos de varredura – o do Centro de Integridade de Estruturas e Equipamentos (CINTEQ) e o do Centro de Tecnologia de Processos e Produtos (CTPP).

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