Futuro da indústria offshore

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USP, IPT, Shell Brasil e Fapesp criam centro de pesquisa que reúne competências para desenvolver tecnologias que permitirão a operação mais sustentável, eficiente e segura da indústria de óleo e gás

A Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Shell Brasil realizaram o lançamento do novo Centro de Inovação em Tecnologia Offshore (OTIC, em inglês Offshore Technology Innovation Centre).

Com investimento total de R$ 163 milhões ao longo de cinco anos – em recursos financeiros e não financeiros – o centro terá como missão contribuir com a geração de conhecimentos para viabilizar a exploração sustentável e eficiente de recursos do oceano, em um contexto de transição energética e transformação digital no mundo.

Com mais de 250 pesquisadores envolvidos, o OTIC inicia com um portfólio de 24 projetos de pesquisa e desenvolvimento financiados pela Shell Brasil e pela Fapesp. A Shell Brasil investirá aproximadamente R$ 49 milhões por meio da cláusula em PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O OTIC é formado por cinco programas técnicos que se interconectam: Novos Processos e Operações; Energia de Baixo Carbono; Novos Materiais e Nanotecnologia; Segurança das Pessoas, do Meio Ambiente e Economia Circular; e Transformação Digital. Cada uma destas áreas tem potencial para gerar tanto soluções práticas e de curto prazo, quanto aquelas soluções disruptivas e transformadoras da indústria offshore no longo prazo.

“O programa de Novos Materiais & Nanotecnologia é transversal e sua importância está diretamente ligada a todos os outros, uma vez que qualquer desenvolvimento do OTIC passa por uma reavaliação dos materiais utilizados que devem ser selecionados levando em consideração o desempenho, a durabilidade, a reciclabilidade e a sustentabilidade”, explica a pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT, Zehbour Panossian.

Esse programa ficou sob a responsabilidade do IPT pelo reconhecimento dos idealizadores do OTIC da capacidade da instituição no desenvolvimento e caracterização de materiais. O Instituto possui atualmente uma infraestrutura e corpo técnico para o desafio de desenvolver materiais sustentáveis: a Unidade de Materiais Avançados, juntamente com a Unidade de Bionanomanufatura, já estiveram envolvidos em uma série de projetos de grande impacto – patenteados, testados e aprovados – para o setor de O&G.

Entre as pesquisas a serem desenvolvidas dentro deste programa, está o estudo de novos revestimentos funcionais super-hidrofóbicos, anti-incrustantes e antiparafinas para proteção contra corrosão e para melhoria de fluxo, aumentando a proteção dos ativos e a vida útil de estruturas metálicas e equipamentos, contribuindo para minimizar a ocorrências de falhas graves em equipamentos, os custos de operação/manutenção e potenciais danos à saúde, segurança e meio ambiente. Apesar dos inúmeros trabalhos publicados a respeito deste assunto, ainda não há no mercado revestimentos super-hidrofóbicos com elevada durabilidade, mesmo em condições de exposição de agressividade moderada. Além disso, raramente eles têm sido avaliados para proteção contra corrosão de aço-carbono em ambientes de interesse para a indústria de O&G.

DESCARBONIZAÇÃO DA INDÚSTRIA – “A Shell está comprometida com a transição energética. Esse é um movimento imperativo para o mundo, e a jornada para a transformação da indústria offshore deve ser feita com planejamento, de maneira segura, acessível e sustentável, diversificando e expandindo as fontes de energia disponíveis. Nosso investimento dá início a um portfólio de projetos de pesquisa voltados para a descarbonização da indústria e a otimização das operações, contribuindo para o futuro da indústria offshore”, diz Olivier Wambersie, gerente-geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil.

“O OTIC reúne pesquisadores qualificados para responder às principais questões do offshore do amanhã, desenvolvendo tecnologia de vanguarda para o setor, disseminando conhecimento na sociedade e oferecendo suporte qualificado para o desenvolvimento de políticas públicas que promovam a transição para uma economia de baixo carbono”, afirma Kazuo Nishimoto, professor da USP e diretor científico e executivo do projeto. O centro “se beneficia do conhecimento gerado no Brasil, especialmente nos centros de pesquisa das universidades brasileiras, para propor soluções aos desafios da indústria de óleo e gás. Com sua reconhecida capacidade neste setor, as soluções desenvolvidas no Brasil impactam a cadeia produtiva e ajudam a construir o futuro da indústria offshore”.

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