Moradias populares

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O apoio técnico e tecnológico do IPT à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), vinculada ao Governo do Estado de São Paulo, vem desde os anos 1960, quando a empresa tinha o nome de Companhia Estadual de Casas Populares, a CECAP. A reportagem do IPT ouviu uma síndica e moradora de conjunto habitacional, indicada pela Assistência Social da CDHU, que reconhece a qualidade das moradias em função dos serviços tecnológicos prestados, agregando valor e qualidade de vida. “De modo mais sistematizado, a cooperação técnica (com a CDHU) passou a funcionar a partir de 28 de julho de 1997, com a assinatura de contratos de assistência e prestação de serviços tecnológicos”, informa a pesquisadora Luciana Alves de Oliveira, chefe do Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT.

Segundo Luciana, quase todas as atividades desenvolvidas pela CDHU, desde a seleção de glebas até a assistência pós-obra, demandam serviços especializados e assistência técnica. “Os serviços de apoio técnico e tecnológico prestados pelo IPT têm sido mais intensos nas áreas de projeto, construção, geologia e geotecnia.” Uma série de projetos foi desenvolvida conjuntamente, tendo por objetivos principais assegurar padrões de conforto e segurança indispensáveis para a qualidade de vida dos moradores.
IPT dá apoio tecnológico ao Governo de São Paulo na construção de moradias para população de baixa renda
IPT dá apoio tecnológico ao Governo de São Paulo na construção de moradias para população de baixa renda

PRINCIPAIS PROJETOS – Levando em conta apenas o período recente do relacionamento com a CDHU, os pesquisadores Luciana e Ercio Thomaz, também do laboratório, relacionaram os principais projetos construtivos de moradias populares que tiveram a parceira do IPT:

Apoio técnico, planejamento e operacionalização do Programa Qualihab (proposição de organogramas, regimentos dos comitês técnicos, planos setoriais da qualidade, secretaria dos comitês técnicos etc.);

• Retroavaliação do Programa SH 3 (avaliação pós-ocupação em aproximadamente 60 conjuntos habitacionais, a partir da qual foram propostas e incorporadas pela companhia diversas melhorias relativas à implantação dos conjuntos habitacionais, ampliação das unidades habitacionais, introdução de piso cerâmico e azulejos nas áreas molháveis etc);

• Acompanhamento de obras do Programa Empreitada Integral (visitas a aproximadamente 100 obras em execução, com retorno a algumas delas, procurando avaliar a qualidade dos processos construtivos e estabelecer as recomendações necessárias para melhoria);

• Estudos de sustentabilidade na Serra do Mar (desconstrução planejada e reciclagem de resíduos de construção dos bairros-cota);

• Acompanhamento e controle de recalques em conjuntos habitacionais;

• Projetos de restauro/recuperação de conjuntos habitacionais;

• Apoio técnico a diversos estudos relativos ao desenvolvimento de projetos, controle da qualidade de materiais e de componentes, avaliação do desempenho de sistemas construtivos inovadores;

• Apoio técnico a diversos estudos de contenção de taludes, recuperação de deslizamentos e erosões, avaliação de riscos geotécnicos, execução de aterros hidráulicos, caracterização geomecânica de afloramentos rochosos, urbanização de favelas (Programa Guarapiranga), assessoria técnica para extração de gás de subsolo, remediação de solos degradados, entre outros.

PALAVRA DE MORADORA – Em seu segundo mandato como síndica de um dos seis condomínios da CDHU, num complexo que abriga cerca de 3.500 pessoas, Neyla Juditza Salas Lara busca manter a organização do residencial Santa Mônica que abriga pouco mais de 700 pessoas, distribuídas em oito apartamentos por prédio localizado na cidade de Franco da Rocha, a aproximadamente 45 quilômetros de São Paulo. A preservação e a tranquilidade do lugar chamam a atenção para as moradias populares.

Conseguir uma nova moradia por meio da CDHU representava a oportunidade de Neyla adquirir seu imóvel. Ela fez inscrição, entrou com os documentos e há dez anos vive na Chácara Bom Tempo: “Tenho dois quartos amplos e bonitos, uma sala bem arejada e uma cozinha bem distribuída.”

A moradia de Neyla é seu bem mais precioso. Mesmo sem explicitar com maior clareza, o fator tecnológico – que tem a marca indelével do IPT – está por trás desta sua avaliação positiva. “Temos uma acústica muito boa, os moradores também procuram manter a tranquilidade por aqui. Os cômodos são bem iluminados, arejados e confortáveis, não tenho nada a reclamar sobre isso.”

Em seu segundo mandato como síndica, Neyla é enfática ao afirmar que sempre recebe o apoio da CDHU para qualquer problema que acontece no local e que a obrigação de mantê-lo em boas condições é do morador. “Já tivemos um problema com uma erosão na área externa e a CDHU nos deu uma ótima assistência. Contrataram empresas que fizeram o serviço de recuperação no local.” Ao adquirir um apartamento, o morador recebe todo suporte por parte da CDHU, que também explica como a moradia deve ser cuidada. O apoio vai desde o seguro para troca de telhados que sofreram com forte ventania, até o ajuste de uma quadra de esportes: “Os moradores sempre foram atendidos com precisão e trabalhos de qualidade.”

Neyla, nascida na Bolívia, tem planos de estudar química ambiental, fazer um curso de síndica e vencer mais uma eleição. Mesmo porque um dos condomínios vizinhos a convidou para ser síndica em um novo local. Com uma ponta de esperança pergunta-se “porque não tentar um estágio futuramente na CDHU ou no IPT?”
 

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