Carga em alto-forno

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Uma equipe do Laboratório de Engenharia Térmica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou, na última semana do mês de julho, o monitoramento da composição dos gases efluentes do processo de abaixamento de carga (metálica) do alto-forno da unidade de João Monlevade da empresa ArcelorMittal.

O abaixamento de carga do alto-forno até o nível das ventaneiras (válvulas para entrada do ar) é um procedimento necessário à sua manutenção. Porém, envolve risco ao equipamento e à segurança das pessoas envolvidas no processo. Requer, entre outras ações, o acompanhamento rigoroso dos teores de monóxido de carbono, gás carbônico, hidrogênio e oxigênio dos gases gerados.

Unidade móvel do Laboratório de Engenharia Térmica em trabalho
Unidade móvel do Laboratório de Engenharia Térmica em trabalho
Neste monitoramento, foram utilizados dois conjuntos de analisadores contínuos de gases, instalados em um laboratório móvel, e quatro linhas de amostragem independentes, ligando o topo do forno a um painel de amostragem localizado próximo ao laboratório. A duplicação dos analisadores foi necessária devido à possibilidade de ocorrerem quebras, e a montagem de quatro linhas, devido às frequentes obstruções causadas pela presença nos gases de material particulado e condensáveis. Dutos de vapor de água e nitrogênio foram conectados ao painel de amostragem para a limpeza das linhas. "Os gases, saindo do painel de amostragem, passavam por um sistema de condicionamento de amostra, dotado basicamente de filtros e condensadores, antes de atingirem os analisadores”, explica o pesquisador Renato Vergnhanini, responsável pelo trabalho.

Vergnhanini conta que no laboratório móvel foram montadas ainda uma unidade de calibração dos analisadores com válvulas, rotâmetros e cilindros metálicos contendo gases de composição próxima aos valores medidos. “Além disso" – prossegue o pesquisador – "havia um sistema de aquisição e visualização de dados com registrador, computador portátil e monitor de 32 polegadas. Os valores medidos eram, também, enviados continuamente ao sistema de automação e controle do forno".

Para Vergnhanini, a parceria entre as equipes do IPT e da indústria é fundamental. “O sucesso do monitoramento contou com a participação da equipe técnica da Arcelor, seja realizando com qualidade tudo o que foi solicitado, seja na véspera da atividade, auxiliando na resolução de problemas, seja durante o abaixamento, quando disponibilizou pessoal qualificado para ajudar na operação.”

A manutenção realizada no alto-forno da Arcelor, com capacidade para produção de um milhão de toneladas por ano, é a maior intervenção ocorrida nos 17 anos de operação do equipamento. Vergnhanini relata que o trabalho envolveu um acréscimo de aproximadamente 2.000 pessoas ao efetivo da empresa: "A expectativa é que o forno volte a operar a plena carga só após cerca de um mês e meio da data de realização do abaixamento de carga". Trabalhos semelhantes já foram realizados pela equipe do IPT em outras siderúrgicas como Siderar, na Argentina; Acesita, atual Aperam, e CSN.

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