A água subterrânea é o recurso natural mais extraído do subsolo do Brasil. Nossa dependência a ela é imensa, embora ainda pouco percebida pela sociedade, gestores e governos. Tal desconhecimento não apenas cria problemas para o seu aproveitamento, como também causa perdas sociais, econômicas e ambientais.
A relevância da água subterrânea reside no fornecimento de mais de 624 m3/s de água potável, através de 2,8 milhões de poços tubulares, que supre as necessidades de todos os setores da sociedade. Ela também é responsável pelo abastecimento total ou parcial de mais de 52% dos municípios brasileiros, e impulsiona a economia em quase R$ 100 bilhões por ano. Essa água mantém a perenidade de 90% dos rios e a manutenção de quase todos os pântanos e mangues pelo país, sem a qual, os biomas e a própria vida como os conhecemos hoje não existiriam.
Os desafios para o abastecimento urbano e rural se avolumam, acelerados pelas mudanças climáticas. Nesse cenário, a água subterrânea brota como uma das mais poderosas soluções adaptativas, sobretudo quando faz parte de uma estratégia de gestão integrada dos recursos hídricos, como preconizado pela Política Nacional de Água e Saneamento.
Em uma sociedade desigual, em que a universalização do abastecimento público está ainda distante, e onde 49% das cidades brasileiras são altamente vulneráveis às estiagens, há urgência na criação de soluções e no protagonismo da água subterrânea. A falta de água de boa qualidade leva anualmente a mais de 270 mil internações, causando 2,7 mil mortes e prejuízos econômicos de bilhões de reais ao país.
Assim, dentro desse marco teremos o XXIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, o maior evento do setor na América Latina, que ademais congregará o XXIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços e a FENAGUA2024, ou seja, onde se reunirão os mais destacados pesquisadores, profissionais, estudantes e empresas de recursos hídricos e ambiente.
Neste Congresso, traremos a ciência e tecnologia para criar soluções originais em hidrogeologia e recursos hídricos; a sociedade para buscar saídas democráticas e realistas ao Brasil; os jovens para energizar e ampliar horizontes; os usuários e as empresas para fazerem bons negócios e, sobretudo, conclamar a todos para contribuírem para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Bem-vindos a São Paulo, a capital brasileira das águas subterrâneas em 2024!
Informações e inscrições: https://xxiiicongressoabas.abas.org/
